A reprodutibilidade de medidas da perda óssea alveolar em radiografias pode se tornar um problema em levantamentos epidemiológicos, que são baseados em comparações de diagnóstico de vários observadores. O objetivo neste estudo foi avaliar a reprodutibilidade intra e inter-examinador de medidas da perda óssea interproximal, em radiografias digitais não manipuladas e após a aplicação de diferentes filtros de imagem. Cinco radiologistas avaliaram a distância da junção cemento-esmalte até a crista óssea alveolar ou ponto mais apical do defeito ósseo em 12 radiografias digitais interproximais da região de molares e pré-molares de crânio humano macerado. As manipulações digitais e as medidas lineares foram realizadas no programa de computador do sistema radiográfico (Throphy®). Para cada imagem foram criadas seis diferentes versões: 1) não manipulada digitalmente; 2) manipulada por ajuste de brilho e contraste; 3) negativo; 4) negativo com ajuste de brilho e contraste; 5) pseudo-colorida; 6) pseudo-colorida com ajuste de brilho e contraste. Para prevenir tendências da mesma leitura pela avaliação repetida das radiografias, determinou-se uma ordem para a interpretação das imagens. O teste ANOVA fator duplo sem repetição, com nível de significância de 5%, realizado para comparação das médias de um mesmo examinador nas diferentes versões de imagem revelou p<0,05 para a maioria dos examinadores, enquanto para análise entre os examinadores, com cada ferramenta, p>0,05. A análise dos resultados nos permite concluir que medidas lineares da perda óssea alveolar interproximal em radiografias digitais apresentam alto grau de reprodutibilidade inter-examinadores, entretanto a aplicação de filtros de imagem não influenciou significativamente no grau de reprodutibilidade dessas medidas. Ao contrário, certas ferramentas reduziram a reprodutibilidade das medidas intra-examinador.
Radiografia digital; Doença periodontal; Medidas lineares
