A presença de cinco plastificantes derivados de ftalatos em equipamentos para administração intravenosa de soluções e em hemodialisadores (HD), que são feitos tanto de policloreto de vinila (PVC) quanto de outros materiais poliméricos, foi investigada. Destes ftalatos, o único autorizado por agências reguladoras é o di-(2-etilhexil) ftalato (DEHP) em equipamentos de PVC. A determinação foi feita por chromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detecção UV. Os resultados mostraram que as bolsas para infusão que são feitas tanto de PVC quanto de etil vinil acetato (EVA) contêm apenas DEHP. Entretanto, as mangueiras dos equipos de infusão e dos HD, bem como as fibras capilares dos HD feitas de celulose, contêm não só DEHP, mas também ftalato de dibutila (DBP). Todos os cinco ftalatos investigados foram encontrados nos capilares dos HD feitos de polisulfona. A migração de DEHP para soluções (aminoácidos, glicose e salina) armazenadas em bolsas ocorreu com taxas diferentes para os dois polímeros. Enquanto que para as bolsas de PVC o DEHP foi encontrado em soluções já nos primeiros dias de contato, para as bolsas de EVA a migração iniciou após aproximadamente 6 meses de armazenamento. Como os dispositivos analisados, com exceção das bolsas, contém, além do DHEP, outros ftalatos, o risco posto aos pacientes deve ser motivo de preocupação.