Resumo
Introdução:
O uso de polimixinas foi praticamente abandonado nos anos 1970 devido as altas taxas de nefropatia. Entretanto, foram reintroduzidas na prática médica devido a sua ação contra bactérias gram negativas resistentes a carbapenemicos. A literatura recente sugere uma taxa de nefropatia mais baixa do que a historicamente reportada.
Objetivo:
Determinar a incidência de nefropatia associada ao uso de polimixina utilizando os critérios de RIFLE.
Métodos:
Foi realizada coorte retrospectiva de todos pacientes adultos que receberam polimixina B no Hospital Nossa Senhora da Conceição de dezembro de 2010 até março de 2011.
Resultados:
61 pacientes (43%) preencheram os critérios de rifle para injúria renal e 28 (13,7%) necessitaram de diálise. Preditores independentes para nefrotoxicidade foram hipotensão (OR, 2.79; CI 1.14-5.8; p = 0.006) e uso concomitante de vancomicina (OR, 2.86; CI, 1.27-6.4; p = 0.011).
Conclusão:
Nessa coorte retrospectiva, nefrotoxicidade (definida pelos criterios de RIFLE) ocorreu em 43% dos pacientes tratados com polimixina B. O uso concomitante de vancomicina e hipotensão foram fatores de risco independentes para desenvolvimento de nefropatia. Mais estudos são necessarios, particularmente com polimixina B, para esclarecer se as caracteristicas dessa droga e da colistina são sobreponíveis.
Palavras-chave:
diálise; fatores de risco; lesão renal aguda; polimixina B