Resumo
Introdução:
Este estudo investigou variáveis associadas à mortalidade em receptores de transplante renal (RTR) diagnosticados com doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD, do inglês post-transplant lymphoproliferative disease) e viremia simultânea pelo vírus Epstein-Barr (EBV).
Métodos:
Estudo de coorte retrospectivo incluindo RTR diagnosticados com PTLD entre 2018 e 2020. Desfecho: óbito em até dois anos após diagnóstico.
Resultados:
Entre 1.625 RTR que realizaram coleta de viremia para EBV (por PCR, 2018–2020) por qualquer motivo, 238 (14,6%) apresentaram carga viral positiva e 41 (17,2%) PTLD simultânea. Esses 41 pacientes tinham em média 40,1 anos ao diagnóstico e 8,6 anos após o transplante; 26,8% foram induzidos com rATG e 92,7% foram mantidos com tacrolimus e azatioprina (TAC/AZA) como regime imunossupressor. Linfonodos (75,6%) foram o local mais comum de PTLD, seguidos pelo trato gastrointestinal (48,8%), com 61,0% no estágio IV de Lugano e 80,5% PTLD monomórfica. A carga viral média do EBV foi 12.198 UI/mL. A sobrevida dos pacientes em um e dois anos após o diagnóstico foi 60,4% e 46,8%, respectivamente. Na análise de regressão de Cox, a idade ao diagnóstico de PTLD (HR para cada ano = 1,039; p < 0,001) e a carga viral do EBV (HR para cada log = 1,695; p = 0,026) foram associadas ao risco de óbito.
Conclusão:
Este estudo sugere que, em pacientes predominantemente em uso de TAC/AZA, a PTLD com carga viral simultânea positiva para EBV é um evento tardio, e a pior sobrevida está associada à idade mais avançada e à carga viral de EBV no momento do diagnóstico.
Descritores:
Doença linfoproliferativa pós-transplante; Vírus Epstein-Barr; Desfechos