RESUMO
Introdução:
A obesidade e a Síndrome Metabólica (SM) se associam a pH urinário ácido e representam fatores de risco para litíase renal, especialmente a úrica. Dietas acidogênicas também podem contribuir para a redução do pH urinário. Já foi demonstrado maior risco de precipitação de oxalato de cálcio em proporção aos critérios de SM.
Objetivo:
Avaliar retrospectivamente o impacto de parâmetros antropométricos, composição corporal, critérios de SM e padrão alimentar sobre o pH urinário e outros parâmetros litogênicos em pacientes com sobrepeso e obesos com litíase cálcica.
Métodos:
Foram coletados dados de antropometria, composição corporal, exames séricos e urinários, e registros alimentares (3 dias) de 102 (34M/68F) pacientes com litíase cálcica.
Resultados:
O pH urinário se correlacionou negativamente com a circunferência da cintura e ácido úrico sérico (homens). A produção endógena de ácidos orgânicos (AO) se correlacionou positivamente com os triglicérides séricos e o número de critérios de SM (homens), e com glicemia, ácido úrico, triglicérides e número de critérios para SM (mulheres). Não se observaram correlações significantes entre a excreção renal líquida de ácidos (NAE) e o potencial de carga ácida renal (PRAL) da dieta com nenhum dos parâmetros avaliados. Na análise de regressão multivariada, os AO apresentaram associação negativa significante com o pH urinário.
Conclusão:
A produção endógena de AO, e não um padrão de dieta acidogênica, foi o fator determinante independente para menores níveis de pH urinário em pacientes com litíase cálcica. Pacientes com hipercalciúria e/ou hiperuricosúria apresentaram maiores valores de AO e menores de pH urinário.
Palavras-chave:
obesidade; obesidade abdominal; nefrolitíase; dietoterapia