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Doação renal pareada: estamos passando dos limites razoáveis no transplante entre vivos?

Resumo

A demanda crescente por rins para transplante requer estratégias para aumentar a oferta de órgãos e evitar longos períodos de espera em lista. O aumento no número de transplantes com doador vivo envolve o crescimento da utilização de doadores não aparentados e a doação renal pareada. A maior parte desses transplantes são realizados nos EUA, onde já representam, respectivamente, 34% e 16% do total de transplantes com doador vivo. Na América Latina, e especialmente no Brasil, não existe entusiasmo coletivo por essas modalidades, quer por demanda dos transplantadores ou da comunidade, sendo prioridade da região incrementar o transplante com doador falecido, cujo crescimento pode ser de até três vezes. Na modalidade de transplantes com doadores pareados, os possíveis resultados conflitantes entre doadores podem gerar questionamentos públicos e riscos que comprometem os conceitos de equidade de oportunidades para os candidatos a transplante, com possibilidade de gerar resistência à doação de órgãos, especialmente em regiões com limitações socioeconômicas e disparidades de acesso aos atendimentos de saúde e educação qualificados. Esse modelo de doação envolve questões éticas e logísticas desafiadoras, que estão sujeitas a questionamentos, começando por um ato de troca entre dois pares até alcançar propostas constrangedoras, o que pode comprometer o caráter altruístico da doação de órgãos, e assim não ser universalmente incorporado.

Descritores:
Transplante de Rim; Doação Renal Pareada; Doadores Vivos

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