Acessibilidade / Reportar erro

Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais

A Nutrição desempenha papel crucial na prevenção e no controle de distúrbios metabólicos e nutricionais de pacientes com doença renal crônica (DRC) em diálise. Entretanto, conforme relatado no artigo de Nerbass et al.11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
, “Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais”, o uso de ferramentas para avaliação do estado nutricional, bem como as estratégias de intervenção em casos de risco nutricional/desnutrição, ainda é heterogêneo.

Em 2020, a National Kidney Foundation, no documento Kidney Disease Outcomes Quality Initative (NKF/KDOQI), sugeriu diretrizes específicas para o acompanhamento nutricional de pacientes com DRC22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
. Portanto, esse guideline pode ser considerado o instrumento fundamental para nortear práticas relacionadas ao diagnóstico em nutrição, além de subsidiar condutas nutricionais pertinentes aos pacientes em diálise.

A triagem de risco nutricional, comumente utilizada no âmbito hospitalar, é considerada a etapa inicial, rápida e fácil que permite identificar precocemente pacientes em risco nutricional. Além da triagem, a avaliação nutricional também deve ser realizada de forma rotineira numa clínica de diálise. Uma vez identificado o déficit nutricional, o paciente deve receber maior atenção e tratamento da equipe da clínica e, obviamente, do nutricionista, que deve fazer intervenções adequadas. Assim, a avaliação nutricional de rotina e a interpretação dos dados permitem identificar as causas e a gravidade dos distúrbios relacionados à nutrição, além de nortear a terapia nutricional mais assertiva33. Skipper A, Coltman A, Tomesko J, Charney P, Porcari J, Piemonte TA, et al. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: malnutrition (undernutrition) screening tools for all adults. J Acad Nutr Diet. 2020;120(4):709–13. doi: http://doi.org/10.1016/j.jand.2019.09.011. PubMed PMID: 31866359.
https://doi.org/10.1016/j.jand.2019.09.0...
.

Dessa forma, embora a triagem nutricional possa ser confundida como “mais um” instrumento a ser aplicado, ela é importante para sistematizar a necessidade de avaliação nutricional. Outro ponto interessante é que a triagem nutricional pode ser aplicada por outros profissionais de saúde, pelo próprio paciente ou sua rede de apoio. De acordo com o NKF/KDOQI (2020), a triagem de risco nutricional deve ser realizada semestralmente, e como não há indicação de um instrumento preferencial, o simples instrumento de triagem de desnutrição (do inglês, malnutrition screening tool, mais conhecido por sua sigla MST) pode ser utilizado. O MST inclui dados rapidamente obtidos através das fichas individuais de diálise e em anamnese com paciente (se houve perda recente de peso, de quantos quilos e se há redução de apetite).

Já a avaliação nutricional deve contemplar dados relacionados à ingestão alimentar, apetite, dados antropométricos (peso corporal, dobras cutâneas, índice de massa corporal), dados bioquímicos e exame físico22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
. Por não existir um indicador amplo e único para diagnóstico nutricional dos pacientes com DRC em diálise, os métodos compostos são ferramentas importantes na prática clínica.

A Avaliação Subjetiva Global (ASG), que engloba praticamente todas as nuances da avaliação nutricional recomendadas pelo NKF/KDOQI (2020), constitui-se o instrumento de avaliação nutricional utilizado por mais de 80% de nutricionistas no Brasil11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
. Por ter sido validada como preditora de mortalidade em pacientes com DRC, a ASG de 7 pontos é especialmente recomendada para avaliação do estado nutricional de pacientes em diálise22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
. Especificamente para pacientes em hemodiálise (HD), o Malnutrition Inflammation Score (MIS) também pode ser utilizado e, embora seja mais objetivo e completo que a ASG, por compreender também parâmetros bioquímicos (albumina e capacidade total de ligação do ferro) e índice de massa corporal, é utilizado por apenas 49% dos nutricionistas11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
. No entanto, vale ressaltar que o diagnóstico nutricional segundo essas ferramentas (ASG e MIS) deve, idealmente, ser complementado com parâmetros antropométricos, bioquímicos e de ingestão alimentar adicionais44. Mafra D, Leal VO. Nutrição e nefrologia no dia a dia. Rio de Janeiro: Rubio; 2024..

A periodicidade da avaliação nutricional também é sugerida pelo NKF/KDOQI (2020)22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
: na admissão em diálise (ainda nos primeiros 90 dias de tratamento); quando indicada pela triagem nutricional; anualmente; ou segundo julgamento clinico. Na pesquisa realizada por Nerbass et al.11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
, a ASG foi a ferramenta que obteve maior percentual de uso com periodicidade definida (53% no total, 36% a cada três a seis meses, 9% anualmente e 8% mensalmente), provavelmente por sua facilidade de execução e interpretação.

O volume de trabalho do nutricionista é uma variável fundamental para determinar a sistematização dos cuidados aos pacientes (instrumentos utilizados e sua periodicidade). Entretanto, a diferença na variedade do uso de ferramentas utilizadas para avaliação do estado nutricional, independentemente de sua periodicidade, é pequena quando os nutricionistas são divididos segundo o número de pacientes atendidos por hora mensal de trabalho (usando o valor de corte de 1,6). Assim, é complexo afirmar se seria mais adequado usar menos ferramentas em intervalo mais curto ou mais ferramentas com periodicidade de aplicação maior.

Entretanto, é fato que 1,6 paciente por hora de trabalho do nutricionista está bem acima do sugerido pelo Conselho Federal de Nutricionistas, que estabelece 1 nutricionista para cada 50 pacientes em carga horária mensal de 30 horas semanais (CFN, 2018)55. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN no 600 de 25 de fevereiro de 2018. 2018 [cited 2024 Jun 10]. Available from: http://sisnormas.cfn.org.br:8081/viewPage.html?id=600.
http://sisnormas.cfn.org.br:8081/viewPag...
, o que corresponderia ao ideal de 0,3 paciente por hora de trabalho. Portanto, é interessante que cada unidade de diálise estabeleça suas prioridades e potencialidades em rotina técnica própria, considerando a gestão de tempo e os recursos disponíveis de cada serviço com o objetivo de priorizar não apenas o diagnóstico, mas também a continuidade do cuidado nutricional.

A intervenção nutricional nos casos de desnutrição, observada no estudo de Nerbass et al.11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
, segue o preconizado pelas diretrizes internacionais, que determinam o aconselhamento nutricional como estratégia inicial de intervenção22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
. Assim, o maior fracionamento e/ou porcionamento alimentar, além da inclusão de alimentos de alta densidade energética e/ou proteica, é indicado. Para monitorar a adesão, bem como prover ajustes pertinentes, o aumento da periodicidade de atendimento é necessário e, de fato, descrito pela maioria dos nutricionistas.

Em situações em que ainda houver lacuna entre a ingestão real e as necessidades-alvo/objetivos do tratamento nutricional, a suplementação nutricional oral (SNO) deve ser considerada. Para isso, alguns detalhes são importantes22. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.0...
,66. MacLaughlin HL, Friedman NA, Ikizler TA. Nutrition on in kidney disease: core curriculum 2022. Am J Kidney Dis.2022;79(3):437–49. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2021.05.024. PubMed PMID: 34862042.
https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2021.05.0...
:

  • O tempo de seguimento para SNO deve ser de, no mínimo, 3 meses;

  • A SNO deve ser prescrita 2 a 3 vezes ao dia e, para que não haja comprometimento da ingestão alimentar habitual (devido a maior saciedade), a suplementação deve ser realizada 1 hora após as principais refeições. Outra opção seria o uso como última refeição do dia (ceia), como forma de atenuar o jejum noturno ou mesmo durante o procedimento de HD para amenizar/reverter o catabolismo. Nesse caso, possíveis intercorrências (como sintomas gastrintestinais e hipotensão pós-prandial) devem ser contornadas com monitoramento rigoroso;

  • A prescrição da SNO deve ser feita segundo a preferência do paciente, considerando diferentes apresentações possíveis (barras, pó, preparados prontos);

  • Nos casos em que não houver necessidade de restrição hídrica e/ou de eletrólitos, podem ser utilizadas fórmulas de composição-padrão, sempre com monitoramento intensivo.

Esses detalhes são cruciais para a escolha da SNO a ser utilizada, já que haverá necessidade de uso por período considerável, o que determina maior custo. Além disso, as características sensoriais do suplemento/módulo escolhido devem ser agradáveis o suficiente para favorecer a adesão prolongada.

No Brasil, apenas 17% das unidades de diálise fornecem suplementação (para todos ou apenas a alguns dos pacientes com indicação). Esse percentual é variável entre as regiões do país11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
. Desse modo, políticas públicas específicas para doação de suplementos ou viabilidade de recursos financeiros adicionais para pacientes em diálise com desnutrição e em situação de vulnerabilidade social poderiam ser articuladas nacionalmente.

Como na maioria das vezes os próprios pacientes precisam arcar com os custos da SNO, a utilização de módulos de nutrientes (indicados por 63% dos nutricionistas) ou uso de fórmulas industrializadas precisam ser consideradas de acordo com as necessidades clínicas e bioquímicas individuais, bem como disponibilidade financeira. Surpreendentemente, o percentual de indicação de fórmulas-padrão e específicas para DRC em diálise não foi diferente (cerca de 78%), embora o custo das fórmulas específicas seja consideravelmente maior.

Embora possa parecer mais seguro, as fórmulas industrializadas específicas para pacientes em diálise não são isentas de potássio e fósforo e, portanto, a escolha deve ser cuidadosa. As fórmulas-padrão também apresentam conteúdo muito variável de eletrólitos. Contudo, a possibilidade de uso de versões sem sabor pode tornar mais versátil a intervenção nutricional, já que há possibilidade de uso em diferentes tipos de preparações (por exemplo, leite em vitaminas e mingaus, em massas de panquecas ou preparações salgadas, como purês e sopas).

Considerando todas essas possibilidades para avaliação do estado nutricional e principalmente para intervenções nutricionais assertivas, fica ainda mais evidente a importância do nutricionista no acompanhamento dos pacientes em diálise, já que o cuidado nutricional adequado e individualizado é pilar fundamental do tratamento de pacientes com DRC em diálise.

Com relação à pesquisa realizada por Nerbass et al.11. Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-20...
, ressalta-se a necessidade de maior engajamento por parte dos nutricionistas das clínicas nesse tipo de pesquisa, pois apenas 24% responderam ao questionário. Um questionário eletrônico divulgado em mídias sociais e aplicativos de mensagens é apropriado para alcançar grande número de profissionais. No entanto, pode introduzir um viés de amostragem, como discutido pelas autoras.

Por fim, o estudo aborda um tema relevante e necessário sobre as práticas nutricionais em unidades de diálise no Brasil, fornecendo material para que estudos futuros abordem de forma mais aprofundada a variabilidade das práticas nutricionais, bem como forneçam análises regionais mais detalhadas.

References

  • 1.
    Nerbass FB, Antunes AA, Cuppari L. Práticas de nutricionistas em unidades de diálise no Brasil: avaliação e intervenção nutricionais. J Bras Nefrol. 2024;46(3):e20230092. doi: http://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en. PubMed PMID: 38498671.
    » https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2023-0092en
  • 2.
    Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3, Suppl 1):S1–107. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006. PubMed PMID: 32829751.
    » https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006
  • 3.
    Skipper A, Coltman A, Tomesko J, Charney P, Porcari J, Piemonte TA, et al. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: malnutrition (undernutrition) screening tools for all adults. J Acad Nutr Diet. 2020;120(4):709–13. doi: http://doi.org/10.1016/j.jand.2019.09.011. PubMed PMID: 31866359.
    » https://doi.org/10.1016/j.jand.2019.09.011
  • 4.
    Mafra D, Leal VO. Nutrição e nefrologia no dia a dia. Rio de Janeiro: Rubio; 2024.
  • 5.
    Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN no 600 de 25 de fevereiro de 2018. 2018 [cited 2024 Jun 10]. Available from: http://sisnormas.cfn.org.br:8081/viewPage.html?id=600
    » http://sisnormas.cfn.org.br:8081/viewPage.html?id=600
  • 6.
    MacLaughlin HL, Friedman NA, Ikizler TA. Nutrition on in kidney disease: core curriculum 2022. Am J Kidney Dis.2022;79(3):437–49. doi: http://doi.org/10.1053/j.ajkd.2021.05.024. PubMed PMID: 34862042.
    » https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2021.05.024

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Set 2024
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2024

Histórico

  • Recebido
    11 Jun 2024
  • Aceito
    18 Jul 2024
Sociedade Brasileira de Nefrologia Rua Machado Bittencourt, 205 - 5ºandar - conj. 53 - Vila Clementino - CEP:04044-000 - São Paulo SP, Telefones: (11) 5579-1242/5579-6937, Fax (11) 5573-6000 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: bjnephrology@gmail.com