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Virúria por JCV se associa a recuperação subótima da função renal três anos após doação renal de doador vivo

Resumo

Introdução

Poucos estudos investigaram fatores anteriores à doação que poderiam afetar a recuperação renal após doação renal de doador vivo (LKD, do inglês Living Kidney Donation). Investigamos retrospectivamente o papel da infecção pelo vírus John Cunningham (JCV) e outros fatores de risco pré-doação na magnitude do declínio da função renal após LKD.

Métodos:

Cargas virais de JCV na urina, taxa de filtração glomerular e pressão arterial foram avaliadas consecutivamente em 60 doadores renais vivos antes da doação. Hipertrofia compensatória subótima foi definida como uma TFGe <60% da TFGe pré-doação.

Resultados:

LKD (40% infectados pelo JCV) foram acompanhados por 3,2±1,6 anos. Não foi encontrada nenhuma associação entre idade, sexo e hipertensão basal com a TFGe pós-doação no 1º, 2º, 3º e 4º anos <60% da TFGe pré-doação. A recuperação média da TFGe no 3º ano após a doação foi menor em doadores infectados pelo JCV vs doadores não infectados (61,8% vs 71,0%, p=0,006). Conclusão: Levantamos a hipótese de que o JCV pode levar os glomérulos a um estado de hiperfiltração antes da nefrectomia, modulando a magnitude da hipertrofia compensatória após a doação. Por outro lado, o JCV pode limitar a capacidade do rim remanescente de promover a hiperfiltração. É necessário um acompanhamento mais longo para determinar se a virúria por JCV leva, em última instância, a uma menor TFGe ao longo do tempo ou se é um fator de proteção para o rim remanescente.

Descritores:
Vírus BK; Vírus JC; Doadores Vivos; Rim; Polyomavirus

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