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Doação renal pareada no Brasil: tempo para reflexão

Resumo

Introdução:

O transplante renal (TxR) é sabidamente o melhor tratamento para doença renal crônica. No Brasil, mais de 26 mil pacientes aguardam em lista atualmente. A doação renal pareada (DRP) oferece a um par de doador/receptor incompatível a possibilidade de trocar com outro par na mesma situação, representando uma estratégia para aumentar o número de TxR.

Discussão:

A DRP deixou de ser apenas uma ideia há mais de 20 anos. Atualmente é responsável por 16,2% dos TxR com doador vivo (TxRDV) nos EUA e 8% na Europa. Os resultados são semelhantes a outros TxRDV. Essa modalidade representa uma alternativa promissora, especialmente para os receptores hipersensibilizados que tendem a se acumular em lista de espera. A DRP não está limitada a países desenvolvidos. Em 2014, a Índia já publicava excelentes resultados. Na Guatemala, o primeiro TxRDV através de DRP aconteceu em 2011. Porém, a prática permanece limitada a casos isolados na América Latina.

Conclusão:

Programas de DRP com diferentes dimensões, regras para aceitação e critérios para alocação estão sendo desenvolvidos e expandidos mundialmente com o objetivo de atender às demandas dos pacientes. O aumento na capacidade de transplantar trazido pela DRP vem ao encontro especialmente das necessidades dos pacientes hipersensibilizados. O programa de TxR brasileiro tem maturidade para assumir o desafio de iniciar o programa de DRP, com o objetivo de beneficiar principalmente seus pacientes que estão em maior desvantagem por apresentarem baixas chances de transplante com doadores falecidos.

Descritores:
Transplante de Rim; Doação Pareada; Doadores Vivos; Doação Cruzada; Brasil

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