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Uma revisão da Covid-19 e lesão renal aguda: da fisiopatologia aos resultados clínicos

Resumo

A lesão renal aguda (LRA) em pacientes hospitalizados com COVID-19 está associada a maior mortalidade e um pior prognóstico. No entanto, a maioria dos pacientes com COVID-19 tem sintomas leves e cerca de 5% podem desenvolver sintomas mais graves e envolver hipovolemia e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos. Em uma perspectiva fisiopatológica, a infecção grave por SARS-CoV-2 é caracterizada por numerosas vias dependentes desencadeadas por hipercitocinemia, especialmente IL-6 e TNF-alfa, levando à inflamação sistêmica, hipercoagulabilidade e disfunção de múltiplos órgãos. A endotelite sistêmica e o tropismo viral direto às células tubulares proximais renais e podócitos são mecanismos fisiopatológicos importantes que levam à lesão renal em pacientes com infecção mais crítica, com uma apresentação clínica que varia de proteinúria e/ou hematúria glomerular a LRA fulminante, exigindo terapias renais substitutivas. Glomerulonefrite, rabdomiólise e drogas nefrotóxicas também estão associadas a danos renais em pacientes com COVID-19. Assim, a LRA e a proteinúria são fatores de risco independentes para mortalidade em pacientes com infecção por SARS-CoV-2. Fornecemos uma revisão abrangente da literatura, enfatizando o impacto do envolvimento renal agudo no prognóstico evolutivo e na mortalidade de pacientes com COVID-19.

Descritores:
Infecção por Coronavírus; Lesão Renal Aguda; Citocinas; Mediadores de Inflamação; Revisão; Mortalidade; Morbidade

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