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Fatores perioperatórios associados à função retardada do enxerto em pacientes transplantados renais

RESUMO

Introdução:

O sucesso do transplante renal e a boa função do enxerto dependem de uma boa técnica cirúrgica, anestesia que assegure a estabilidade hemodinâmica do receptor e condições adequadas de enxerto e receptor. Diversos fatores podem interferir na perfusão do enxerto e comprometer sua viabilidade. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores perioperatórios associados à função retardada do enxerto (FRE) em pacientes transplantados renais.

Métodos:

Estudo de coorte histórica em 310 pacientes submetidos a transplante entre 2011 e 2013. A FRE foi definida como a necessidade de diálise durante a primeira semana pós-transplante. Utilizou-se regressão logística e técnica Stepwise para construir modelos estatísticos.

Resultados:

A análise multivariada revelou fatores associados à FRE: técnica de anestesia combinada (OR = 3,81,95% CI, 1,71 a 9,19), regime de fluidos < 50 mL.kg-1 (OR = 3,71,95% CI, 1,68 a 8,61), diálise por mais de 60 meses (OR = 4,77,95% IC, 1,93 a 12,80), basiliximab (OR = 3,34,95% IC, 1,14 a 10,48), tempo de isquemia fria > 12 horas (OR = 5,26,95 % IC, 2,62 a 11,31), doador vivo (OR = 0,19,95% CI, 0,02 a 0,65) e diurese precoce (OR = 0,02,95% IC, 0,008 a 0,059). A precisão desse modelo é de 92,6%, calculada usando a área sob a curva ROC. A incidência de FRE na população estudada foi de 76,1%.

Conclusões:

Técnica combinada de anestesia, diálise por mais de 60 meses, basiliximab e tempo de isquemia fria> 12 horas são fatores de risco para FRE; regimes de fluidos liberais e rins de doadores vivos são protetores.

Palavras-chave:
Transplante de Rim; Diálise Renal; Imunossupressores; Função Retardada do Enxerto

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