RESUMO
Introdução:
O uso de anticoncepcionais orais aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e tromboembólicas devido a alterações no perfil lipídico e hemostático.
Objetivo:
Analisar a associação entre o uso de diferentes tipos de anticoncepcionais orais com o perfil lipídico e os níveis da proteína C reativa ultrassensível (PCRus) e do dímero D.
Métodos:
Cento e quarenta e cinco participantes foram divididas em: não usuárias (n = 41), usuárias de média dose (n = 32), usuárias de terceira geração de baixa dose (n = 40) e usuárias de quarta geração de baixa dose (n = 41). Níveis de triglicerídeos e colesterol total foram determinados pelo método enzimático colorimétrico; colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL), pelo método de precipitação; colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL), pela equação de Friedewald; PCRus, por imunoturbidimetria; e dímero D, por imunoensaio fluorescente.
Resultados:
As usuárias de anticoncepcionais orais apresentaram maiores níveis de triglicerídeos, colesterol total, HDL, índice HDL/LDL e PCRus do que as não usuárias. As usuárias de anticoncepcionais de média dose apresentaram maiores níveis de dímero D do que as não usuárias, e maiores níveis de triglicerídeos do que as usuárias de anticoncepcionais de baixa dose. Triglicerídeos, PCRus e dímero D apresentaram correlação positiva uns com os outros.
Conclusão:
O uso de anticoncepcionais orais combinados está associado ao perfil lipídico desfavorável e à inflamação crônica subclínica, com potencial aterogênico. Além disso, os anticoncepcionais orais de média dose induziram maior potencial trombogênico, já que foram relacionados com níveis maiores de dímero D em comparação com os de baixa dose.
Unitermos:
anticoncepcionais orais combinados; inflamação; lipídios; trombofilia