RESUMO
Introdução:
O aumento da síntese intratecal de imunoglobulina da classe G (IgG) pode ser encontrado em diferentes doenças neuroinflamatórias.
Objetivo:
Avaliar retrospectivamente diferentes métodos de avaliação da imunoprodução intratecal.
Métodos:
Dados de líquido cefalorraquidiano (LCR) e soro enviados para o Senne Liquor Diagnóstico entre 2001 e 2017 foram avaliados. Dados de citologia, bioquímica e imunologia foram comparados entre amostras com e sem bandas oligoclonais (BOCs). Comparações dos parâmetros do LCR entre amostras com (BOC+) e sem BOCs (BOC-) foram realizadas, e a habilidade de predizer a presença de BOCs foi avaliada por meio de curvas ROC.
Resultados:
Foram incluídas 8.947 amostras, sendo 2.599 BOC+ e 6.348 BOC-. Contagens de linfócitos e monócitos foram significativamente associadas à presença de BOC (p < 0,001). Todos os métodos de avaliação da IgG foram significativamente associados a BOC+; os com maior associação foram o índice de IgG e o Reiber [área sob a curva receiver operating characteristic (AUROC) = 0,881 e 0,863, respectivamente]. Entre os casos BOC-, o índice de IgG foi elevado em 9,56%, e o Reiber mostrou aumento de produção de IgG em 4,6%.
Conclusão:
Houve forte associação entre BOC e outros parâmetros neuroinflamatórios do LCR. A existência de casos BOC- com aumento da produção de IgG por métodos quantitativos sugere que tanto métodos qualitativos quanto quantitativos devem ser utilizados na avaliação dos processos neuroinflamatórios.
Unitermos:
líquido cefalorraquidiano; bandas oligoclonais; índice de IgG