RESUMO
Introdução:
O desenvolvimento das complicações crônicas relacionadas com diabetes mellitus representa a principal causa de mortalidade nesse grupo de indivíduos. Estudos recentes sugerem que plaquetas com morfologia alterada poderiam estar associadas ao aumento do risco de complicações vasculares no diabetes.
Objetivo:
Avaliar os índices plaquetários em diabéticos, correlacionando-os com as complicações micro e macrovasculares da doença.
Materiais e métodos:
Foi realizada a análise de índices plaquetários e dados bioquímicos de pacientes atendidos nos ambulatórios de um hospital universitário. Foram incluídos indivíduos com idade entre 30 e 60 anos, sendo 100 diabéticos (grupo DM) e 100 não diabéticos (grupo-controle).
Resultados:
Observou-se elevação do plaquetócrito: 0,21 ± 0,054% versus 0,20 ± 0,045% (p = 0,020); do volume plaquetário médio (VPM): 8,69 ± 1,288 fl versus 8,27 ± 1,244 fl (p = 0,018); e da distribuição de plaquetas (PDW): 17,8 ± 1,06 fl versus 17,5 ± 0,87 fl (p = 0,039), nos grupos DM e controle, respectivamente. Os valores de VPM, plaquetócrito e PDW apresentaram-se mais elevados entre os indivíduos com complicações do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) (p < 0,001). Naqueles com complicações macrovasculares, observou-se correlação entre os níveis de hemoglobina glicada (A1C) e VPM (p = 0,015) e PDW (p = 0,009). Entre os pacientes com complicações microvasculares, observou-se correlação entre a plaquetometria e o VPM com os níveis de A1C (p < 0,001).
Conclusão:
Os dados do presente estudo apontam para diferenças significativas nos índices plaquetários em pacientes com DM2, sugerindo presença de plaquetas mais reativas e agregáveis nesse grupo de indivíduos. Tais resultados sugerem que a avaliação plaquetária pode ser útil na detecção precoce de complicações crônicas em diabéticos, sobretudo por ser ferramenta de fácil obtenção e baixo custo.
Unitermos:
plaquetas; diabetes mellitus; hiperglicemia; volume plaquetário médio