RESUMO
Introdução:
O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é um importante exame para diagnóstico do diabetes mellitus (DM) que necessita de critérios para solicitação e padronização em sua realização.
Objetivos:
Determinar a prevalência de solicitações desnecessárias de TOTG e analisar os critérios de aptidão do paciente para sobrecarga glicêmica.
Método:
Estudo de corte transversal, descritivo e analítico, realizado com 554 pacientes que tiveram TOTG solicitado entre janeiro e abril de 2018. Dados dos exames laboratoriais foram coletados utilizando o sistema Complab Advanced versão 6.9.6, tabulados no Microsoft® Excel e analisados no Epi InfoTM, versão 7.2.1.0. A acurácia do glicosímetro foi medida por análise pareada das determinações em teste t de Student, por meio do IBM SPSS® versão 21TM. Pacientes com diagnóstico prévio de DM e/ou que apresentaram solicitação de TOTG como teste de triagem junto com glicemia ou hemoglobina glicada foram classificados como solicitações desnecessárias.
Resultados:
Dos pacientes estudados, 17% (94) tiveram solicitações desnecessárias de TOTG: 53 (53,4%) com glicemia capilar ≥ 140 mg/dl e DM prévio e/ou TOTG usado como triagem; 41 (43,6%) com glicemia capilar < 140 mg/dl, mas com diagnóstico de DM. O glicosímetro mostrou-se preciso, com elevada correlação (r 2 = 0,97, p < 0,0001) com a glicemia sérica. As abordagens durante a triagem e a glicemia capilar evitaram a exposição desnecessária à sobrecarga de glicose em 67% (63) dos pacientes.
Conclusão:
A alta prevalência de solicitações desnecessárias de TOTG ressalta a necessidade de critérios para solicitação do TOTG, bem como a padronização de procedimentos para triagem na realização desse exame.
Unitermos:
teste de tolerância à glicose; diabetes mellitus; exames desnecessários; custos e análise de custo