Introdução:
Espécies de Candida fazem parte da microbiota normal de indivíduos sadios, residindo como comensais. Entretanto, podem tornar-se patogênicas caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do hospedeiro ou comprometimento das barreiras anatômicas. A candidíase é a infecção fúngica mais frequente na mucosa oral, causada principalmente pela Candida albicans. O diagnóstico baseia-se nos aspectos clínicos e nos sintomas, em conjunto com os métodos laboratoriais.
Objetivos:
Avaliar a sensibilidade e a especificidade do método de Gram na identificação da Candida spp. em raspados de mucosa oral e avaliar o grau de concordância entre os métodos clínico e citopatológico no diagnóstico de candidíase oral.
Material e métodos:
Teste cego de 171 esfregaços, provenientes dos pacientes atendidos no Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF), corados pelas colorações de Gram (n = 57), ácido periódico de Schiff (PAS) (n = 57) e Papanicolaou (n = 57).
Resultados:
A análise comparativa entre os métodos revelou que no PAS há maior prevalência de Candida spp. (12%) em relação ao Gram; todavia, não há diferença significativa entre os resultados. Dos casos com diagnóstico clínico de candidíase, 93% foram confirmados pela citopatologia.
Conclusão:
A coloração pelo Gram mostrou-se adequada, sendo necessário intensificar o treinamento do profissional para a identificação das estruturas morfológicas do fungo. Apesar de o Papanicolaou representar o método mais utilizado na rotina citopatológica para diagnóstico da candidíase, também se indica a utilização do PAS concomitantemente. Desse modo, sugere-se que o diagnóstico de candidíase seja realizado por meio de avaliação clínica associada à análise citopatológica, com base na presença de hifas e/ou pseudo-hifas.
citopatologia oral; candidíase; Candida spp.; PAS; Gram; Papanicolaou