RESUMO
Introdução:
A análise de óbitos ocorridos no período neonatal e a associação desses dados aos de necrópsias são fundamentais no auxílio à redução da taxa de mortalidade infantil no mundo.
Objetivos:
Observar as causas evitáveis de morte e os fatores associados ao maior risco de óbito neonatal precoce.
Métodos:
Foi realizado estudo transversal e descritivo de recémnascidos que foram a óbito em um hospital da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foram selecionados 314 casos de necrópsias e analisadas as causas evitáveis de morte, tempo de sobrevida, gênero, peso, idade gestacional, índice de Apgar do primeiro e do quinto minuto, cianose, acidose, aspiração meconial, necessidade de reanimação com oxigênio, causa de morte e doença básica.
Resultados:
Quando se analisa apenas a causa de morte, 300 casos (95,54%) seriam de causas evitáveis, porém, quando se analisa a doença básica, o número de casos diminui para 209 (66,56%). A causa de morte mais frequente foi hipóxia (85%), e a doença básica principal foi dano alveolar difuso (52,9%). Houve associação positiva das seguintes variáveis com o tempo de sobrevida: cianose (p = 0,02), idade gestacional (p = 0,012), causa do óbito (p < 0,001), valor de Apgar < 6 (p < 0,001) e valor do pH (p < 0,001).
Conclusão:
A incidência de causa evitável de morte é provavelmente menor quando analisada concomitantemente com a doença básica. A cianose, a idade gestacional, a causa do óbito, o Apgar < 6 e o valor do pH do sangue arterial estão associados ao tempo de sobrevida de recém-nascidos.
Unitermos:
recém-nascido; prematuro; causas de morte; autópsia; hipóxia fetal