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A experiência brasileira na perfusão pulmonar ex vivo

Objetivo:

Avaliar o emprego da técnica de perfusão pulmonar ex vivo (PPEV) clinicamente com a finalidade de transplante.

Métodos:

Estudo prospectivo envolvendo o recondicionamento de pulmões limítrofes, definidos por critérios específicos, tais como relação PaO2/FiO2 < 300 mmHg, com um sistema de PPEV. Entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, os pulmões de cinco doadores foram submetidos à PPEV por até 4 h. Durante a PPEV, a mecânica pulmonar foi avaliada continuamente. Amostras do perfusato foram colhidas a cada hora, assim como foi realizada a avaliação funcional dos órgãos.

Resultados:

A média de PaO2 dos pulmões captados foi de 262,9 ± 119,7 mmHg, sendo que, ao final da terceira hora de perfusão, essa foi de 357,0 ±108,5 mmHg. A capacidade de oxigenação dos pulmões apresentou discreta melhora durante a PPEV nas primeiras 3 h (246,1 ± 35,1; 257,9 ± 48,9; e 288,8 ± 120,5 mmHg, respectivamente), sem diferenças significativas entre os momentos (p = 0,508). As médias de complacência estática foram de, respectivamente, 63.0 ± 18,7; 75,6 ± 25,4; e 70,4 ± 28,0 mmHg após 1, 2 e 3 h, com melhora significativa entre a hora 1 e 2 (p = 0,029), mas não entre a hora 2 e 3 (p = 0,059). A resistência vascular pulmonar permaneceu estável durante a PPEV, sem diferenças entre os momentos (p = 0,284).

Conclusões:

Os pulmões avaliados permaneceram em condições fisiológicas de preservação; no entanto, o protocolo não foi efetivo para promover a melhora na função pulmonar, inviabilizando o transplante.

Transplante de pulmão; Preservação de órgãos; Morte encefálica, Seleção de doador


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