Acessibilidade / Reportar erro

Correlação clínica e funcional da diferença entre capacidade vital lenta e CVF

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a relação da diferença entre a capacidade vital lenta (CVL) e CVF (ΔCVL-CVF) com dados demográficos, clínicos e de função pulmonar.

Métodos:

Estudo analítico, transversal, no qual os participantes responderam a um questionário de saúde respiratória e foram submetidos a espirometria e pletismografia. A amostra foi dividida em dois grupos: ΔCVL-CVF ≥ 200 mL e ΔCVL-CVF < 200 mL. Foram realizadas análises de correlações entre os grupos e de regressão logística binominal.

Resultados:

Foram selecionados 187 indivíduos. Na amostra total, a média da ΔCVL-CVF foi de 0,17 ± 0,14 L. Na amostra, 61 indivíduos (32,62%) apresentaram ΔCVL-CVF ≥ 200 mL. O uso da manobra expiratória lenta reduziu a prevalência de distúrbio ventilatório inespecífico e resultados espirométricos normais, ao revelar distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO). DVO e achados de aprisionamento aéreo (capacidade residual funcional elevada e capacidade inspiratória/CPT reduzida) foram preditores de ΔCVL-CVF ≥ 200 mL no modelo final da regressão logística (ajustada para peso e índice de massa corpórea > 30 kg/m2). Foi observada maior chance de resposta ao broncodilatador no grupo ΔCVL-CVF ≥ 200 mL: VEF1 (OR = 4,38; IC95%: 1,45-13,26) e CVF (OR = 3,83; IC95%: 1,26-11,71).

Conclusões:

O uso da manobra expiratória lenta diminuiu a prevalência de distúrbio ventilatório inespecífico e de resultados espirométricos normais, podendo a ΔCVL-CVF ≥ 200 mL ser resultado de DVO e aprisionamento aéreo, tendo maior chance de resposta ao broncodilatador.

Descritores:
Capacidade vital; Pletismografia; Obstrução das vias respiratórias

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia SCS Quadra 1, Bl. K salas 203/204, 70398-900 - Brasília - DF - Brasil, Fone/Fax: 0800 61 6218 ramal 211, (55 61)3245-1030/6218 ramal 211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: jbp@sbpt.org.br