Resumo
Objetivo:
Determinar se o estreitamento das vias aéreas durante eventos obstrutivos ocorre predominantemente na região retropalatal e resulta de alterações dinâmicas nas paredes laterais da faringe e na posição da língua.
Métodos:
Avaliamos 11 pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS) grave (grupo AOS) e 7 indivíduos saudáveis sem AOS (grupo controle) durante a vigília e o sono natural (documentado por meio de polissonografia completa). Por meio de TC multidetectores rápida, obtivemos imagens das vias aéreas superiores no estado de vigília e de sono.
Resultados:
O estreitamento das vias aéreas superiores durante o sono foi significativamente maior na região retropalatal do que na região retrolingual no grupo AOS (p < 0,001) e no grupo controle (p < 0,05). O volume da via aérea retropalatal foi menor no grupo AOS do que no grupo controle durante a vigília (p < 0,05) e diminuiu significativamente da vigília ao sono apenas no grupo AOS. O estreitamento retropalatal da faringe foi atribuído à redução do diâmetro anteroposterior (p = 0,001) e lateral (p = 0,006), que se correlacionou com o aumento do volume das paredes laterais da faringe (p = 0,001) e o deslocamento posterior da língua (p = 0,001). Não ocorreu estreitamento retrolingual da faringe durante o sono no grupo AOS.
Conclusões:
Em pacientes com AOS, o estreitamento das vias aéreas superiores durante o sono ocorre predominantemente na região retropalatal e afeta as dimensões anteroposterior e lateral, além de estar relacionado com aumento das paredes laterais da faringe e deslocamento posterior da língua.
Descritores:
Tomografia computadorizada multidetectores; Orofaringe; Apneia obstrutiva do sono; Polissonografia; Diagnóstico por imagem; Sono