1. A adição de intervenções de gerenciamento de caso à terapia curativa melhora o desfecho em relação ao uso isolado da terapia curativa no tratamento da tuberculose? (Gerenciamento de caso é definido como: educação/aconselhamento do paciente, visitas domiciliares, integração/coordenação dos cuidados com especialistas e médicos generalistas, lembretes para o paciente e uso de incentivos/facilitadores) |
1. Sugere-se o uso de intervenções de gerenciamento de caso durante o tratamento do paciente com tuberculose. (Recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência) |
2. O tratamento autoadministrado tem resultados semelhantes quando comparado à terapia diretamente observada em pacientes com quaisquer das formas de tuberculose? |
2. Sugere-se utilizar terapia diretamente observada ao invés de tratamento autoadministrado para tratamento de rotina para todas as formas de tuberculose. (Recomendação condicional, baixa certeza de evidência) |
3. A administração intermitente na fase intensiva tem resultados semelhantes quando comparada com a administração diária na fase intensiva do tratamento da tuberculose pulmonar sensível aos fármacos? |
3a. Recomenda-se a administração diária ao invés da intermitente na fase intensiva do tratamento da tuberculose pulmonar sensível aos fármacos. (Recomendação forte; moderada certeza de evidência) 3b. A administração três vezes por semana diretamente observada na fase intensiva (com ou sem duas semanas iniciais de terapia diária) pode ser considerada em pacientes que não estejam infectados pelo HIV e que tenham baixo risco de recidiva (tuberculose pulmonar causada por bacilos susceptíveis aos fármacos, não cavitária no início do tratamento e/ou baciloscopia de escarro negativa). (Recomendação condicional, baixa certeza de evidência) 3c. Em situações nas quais a terapia diretamente observada diária ou três vezes por semana é difícil de ser realizada, o uso de terapia duas vezes por semana após um tratamento diário por duas semanas pode ser considerado em pacientes que não estejam infectados pelo HIV e que tenham baixo risco de recidiva (tuberculose pulmonar causada por bacilos susceptíveis aos fármacos, não cavitária no início do tratamento e/ou baciloscopia de escarro negativa). (Recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência). Nota: se algumas doses não forem administradas no tratamento de duas vezes por semana, então o tratamento é equivalente a uma vez por semana, o qual é inferior (ver questão 4). |
4. A administração intermitente na fase de manutenção tem desfechos semelhantes quando comparada com a administração diária na fase de manutenção no paciente com tuberculose pulmonar sensível aos fármacos? |
4a. Recomenda-se o uso de terapia diária ou três vezes por semana na fase de manutenção do tratamento da tuberculose pulmonar sensível aos fármacos. (Recomendação forte; moderada certeza de evidência) 4b. Se a terapia intermitente for administrada na fase de manutenção, sugere-se uso de administração três vezes por semana ao invés de duas vezes por semana. (Recomendação condicional, baixa certeza de evidência). Esta recomendação permite a possibilidade de que, se algumas doses forem perdidas, o tratamento ainda permanece adequado. Já com a terapia duas vezes por semana, se ocorrer perdas de doses, a terapia é equivalente a uma vez por semana, o que é inferior. 4c. Recomenda-se o não uso de tratamento uma vez por semana com isoniazida 900 mg e rifapentina 600 mg na fase de manutenção. (Recomendação forte; elevada certeza de evidência) Em situações incomuns, nas quais a administração diretamente observada mais de uma vez por semana é difícil de ser realizada, a terapia com isoniazida 900 mg e rifapentina 600 mg uma vez por semana pode ser considerada para uso somente em indivíduos não infectados pelo HIV e sem cavitação na radiografia de tórax. |
5. Estender o tratamento além de seis meses melhora os desfechos em comparação com o tratamento padrão de seis meses em indivíduos coinfectados com HIV? |
5a. Para indivíduos infectados com HIV recebendo terapia antirretroviral, recomenda-se o uso de tratamento diário padrão por seis meses, que consiste em uma fase intensiva de dois meses com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol, seguida por uma fase de manutenção de quatro meses com rifampicina e isoniazida para tuberculose pulmonar sensível aos fármacos. (Recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência) 5b. Nas situações incomuns, nas quais indivíduos infectados pelo HIV não estejam recebendo terapia antirretroviral durante o tratamento da tuberculose, recomenda-se estender a fase de manutenção com isoniazida e rifampicina por três meses adicionais (continuação da fase de manutenção até um total de nove meses de tratamento) para tuberculose pulmonar sensível aos fármacos. (Recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência |
6. O início de terapia antirretroviral durante o tratamento da tuberculose comparado ao fim do tratamento melhora o desfecho em indivíduos coinfectados com HIV? |
6. Recomenda-se iniciar terapia antirretroviral durante o tratamento da tuberculose. A terapia antirretroviral deve ser idealmente iniciada dentro das primeiras duas semanas do tratamento da tuberculose para indivíduos com contagem de CD4 < 50 células/µl e entre a 8ª e 12ª semana de tratamento da tuberculose para indivíduos com contagem de CD4 ≥ 50 células/µl. (Recomendação forte; elevada certeza de evidência) Nota: exceto para tratamento de indivíduos com HIV e meningite tuberculosa, na qual a terapia antirretroviral não é iniciada nas primeiras oito semanas do tratamento da tuberculose. |
7. O uso de corticosteroides na pericardite tuberculosa produz benefícios em relação a mortalidade e morbidade? |
7. Recomenda-se não utilizar corticoide como rotina em indivíduos com pericardite por tuberculose. (recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência) |
8. O uso de corticosteroides na meningite tuberculosa produz benefícios em relação a mortalidade e morbidade? |
8. Recomenda-se a terapia conjunta com dexametasona ou prednisolona reduzida para seis a oito semanas em indivíduos com meningite tuberculosa. (Recomendação forte; moderada certeza de evidência) |
9. Um tratamento mais curto apresenta os mesmos desfechos que o tratamento padrão de seis meses entre indivíduos não infectados pelo HIV com tuberculose paucibacilar (por exemplo, baciloscopia de escarro negativa, cultura negativa)? |
9. Recomenda-se um tratamento de quatro meses como regime adequado para indivíduos com tuberculose adultos, não infectados pelo HIV, que tenham baciloscopia de escarro negativa e cultura negativa. (Recomendação condicional, muito baixa certeza de evidência) |