RESUMO
Objetivo:
Testar a validade de construto, a confiabilidade e o erro de medida da versão em português do Brasil do questionário Manchester Respiratory Activities of Daily Living (MRADL) em pacientes com DPOC.
Métodos:
Avaliamos 50 pacientes com DPOC, 30 dos quais eram homens. A média de idade foi de 64 ± 8 anos, e a mediana do VEF1 em porcentagem do previsto (VEF1%previsto) foi de 38,4% (intervalo interquartil: 29,1-57,4%). A função pulmonar e limitações experimentadas durante a realização de atividades cotidianas foram avaliadas por meio de espirometria e da aplicação presencial do MRADL, respectivamente. Para a análise de validade de construto, testamos a hipótese de que haveria correlações moderadas entre a pontuação total no MRADL e parâmetros espirométricos. Analisamos a confiabilidade e o erro de medida entre avaliadores e entre teste e reteste.
Resultados:
Houve correlações moderadas e estatisticamente significativas entre a pontuação total no MRADL e VEF1/CVF, VEF1 em litros, VEF1%previsto e CVF%previsto (r = 0,34, r = 0,31, r = 0,42 e r = 0,38, respectivamente; p < 0,05 para todas). No tocante à confiabilidade e ao erro de medida para a pontuação total no MRADL entre avaliadores e entre teste e reteste, respectivamente, foram obtidos os seguintes valores: coeficiente de correlação intraclasse de duas vias e efeitos mistos para medidas únicas = 0,92 (IC95%: 0,87-0,96) e 0,89 (IC95%: 0,81-0,93); erro-padrão de medida do tipo concordância = 1,03 e 0,97; mínima mudança detectável no indivíduo = 2,86 e 2,69; mínima mudança detectável no grupo = 0,40 e 0,38; limites de concordância = −2,24 a 1,96 e −2,65 a 2,69.
Conclusões:
Em pacientes com DPOC, a versão brasileira do MRADL apresenta validade de construto satisfatória, confiabilidade interavaliadores/teste-reteste satisfatória e erro de medida interavaliadores/teste-reteste indeterminado.
Descritores:
Doença pulmonar obstrutiva crônica; Atividades cotidianas; Avaliação da deficiência; Medidas de resultados relatados pelo paciente; Estudos de validação