OBJETIVO: Utilizar uma entrevista clínica semiestruturada para a detecção de depressão em mulheres puérperas, de acordo com os critérios do DSM em serviços de puericultura da cidade do Recife, juntamente com uma apropriada associação entre esse transtorno e dados biossociodemográficos. MÉTODOS: O estudo utilizou um corte transversal e teve uma amostra de conveniência de 400 mulheres que levavam seus bebês para ambulatórios de puericultura e que estavam entre 2 e 26 semanas de pós-parto. Um questionário biossociodemográfico e a versão em português do Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders foram utilizados. RESULTADOS: Vinte e nove das mães (7,2%) foram diagnosticadas como tendo depressão pós-parto. Mulheres com história pregressa de transtornos mentais, história familiar de transtornos mentais e com alguma complicação médica geral apresentaram prevalência maior de depressão. O mesmo ocorreu com aquelas com história anterior de abortamento espontâneo, aquelas que haviam tido parto transpelviano e aquelas que estavam com mais de 8 semanas de puerpério. CONCLUSÃO: A taxa de depressão pós-parto na nossa amostra, 7,2%, foi menor do que aquelas relatadas em outros estudos brasileiros. Isso provavelmente ocorreu porque os outros pesquisadores utilizaram instrumentos de triagem para depressão em vez de entrevistas clínicas.
Depressão pós-parto; prevalência; fatores de risco; Brasil