RESUMO
Objetivo:
Analisar a associação entre o contexto de trabalho e a presença de Distúrbios Psíquicos Menores (DPM) em Policiais Civis de Porto Alegre, Brasil.
Métodos:
Estudo misto, sequencial e exploratório. A amostra foi de 237 policiais para a etapa quantitativa e de 20 para a etapa qualitativa. O instrumento de pesquisa continha dados gerais do trabalhador e do estilo de vida, informações laborais e o Self-Reporting Questionnaire-20. Na etapa qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e análise temática. Para os dados quantitativos, utilizou-se estatística descritiva e inferencial.
Resultados:
A prevalência de distúrbios psiquiátricos menores foi de 26,2% (n = 62). As variáveis ritmo de trabalho acelerado (RP = 1,535; IC95% = 0,911-2,605), tratamento de saúde (RP = 1,752; IC95% = 0,987-3,010) e tratamento psicológico (RP = 2,704; IC95% = 1,604-4,516) associaram-se a maior prevalência de DPM. Os policiais com maior motivação no trabalho (RP = 0,721; IC95% = 0,579-0,897), mais de oito horas de sono por dia (RP = 0,747; IC95% = 0,574-0,971), alimentação saudável (RP = 0,545; IC95% = 0,320-0,946) e com filhos (RP = 0,731; IC95% = 0,523-0,986) associaram-se a menor prevalência de DPM. Na etapa qualitativa, emergiram duas categorias e quatro subcategorias relacionadas ao contexto de trabalho e às mudanças psiquiátricas nos policiais: “Contexto de trabalho da Polícia Civil” e “Trabalho e mudanças psiquiátricas”.
Conclusão:
Evidenciou-se a alta prevalência de DPM, bem como sua associação com o contexto de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE
Saúde ocupacional; polícia; transtornos mentais