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Comportamento alimentar desordenado em praticantes de CrossFit

RESUMO

Objetivo:

Avaliar possíveis diferenças nos sintomas de transtornos alimentares entre homens e mulheres que praticam CrossFit e seus preditores nessa população.

Métodos:

Realizou-se um estudo transversal (abril a junho de 2019) com 194 adultos (103 mulheres e 91 homens) matriculados em academias de CrossFit particulares de Ribeirão Preto, com média de idade de 30,19 anos (DP = 5,34). Foram respondidos um questionário sociodemográfico, o Eating Attitudes Test-26 (sintomas de transtornos alimentares), o Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire-3 (internalização do ideal de corpo) e a Drive for Muscularity Scale (busca pela muscularidade).

Resultados:

As mulheres apresentaram mais sintomas de transtorno alimentar, maiores restrições alimentares e preocupação excessiva com a magreza. Além disso, mulheres mais jovens com IMC mais alto têm maior probabilidade de apresentar sintomas de distúrbios alimentares. Maior busca pela muscularidade e maior internalização geral dos padrões de corpo socialmente estabelecidos também foram associados com alimentação desordenada entre as mulheres. Nos homens, o comportamento orientado para a muscularidade foi o único preditor dos transtornos alimentares.

Conclusão:

Esses achados são relevantes, pois apontam que as mulheres praticantes de CrossFit parecem apresentar maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Além disso, comportamentos orientados para a musculatura em homens e a busca pela muscularidade, internalização do ideal de corpo, IMC e idade nas mulheres são preditores de transtornos alimentares em praticantes de CrossFit.

PALAVRAS-CHAVE
Comer transtornado; CrossFit; comportamento alimentar; imagem corporal; atividade física

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