RESUMO
Objetivo:
Apesar da maior vulnerabilidade dos idosos cuidadores, a literatura mostra que sua taxa de mortalidade é consideravelmente menor em comparação aos pares que não cuidam ou que recebem cuidados. O objetivo do presente estudo foi analisar as taxas de mortalidade de idosos que proveem suporte nas atividades da vida diária (ADLs) (denominado grupo PC) e idosos que recebem suporte nas ADLs (denominado grupo RC) na comunidade, em um período de quatro anos, considerando os efeitos da idade, sexo e escolaridade nos dois grupos e estresse no grupo PC.
Métodos:
Duzentos e sessenta e um idosos PC e 279 idosos RC participaram do estudo. Em 2014, foram coletados dados sobre características demográficas e funcionalidade. Em 2018, os participantes foram contatados pela segunda vez e foram obtidas informações sobre óbitos. A taxa de mortalidade foi calculada para cada grupo.
Resultados:
Os casos de óbito em quatro anos foram consideravelmente maiores entre o grupo que recebia suporte. A taxa de mortalidade foi de 12,6% no grupo PC e de 31,2% no grupo RC. Entre o grupo que ofertava suporte funcional (PC) que faleceu, 69% apresentaram alto estresse percebido em 2014. Cerca de metade do grupo PC era independente, enquanto o grupo RC exibiu alguma dependência funcional em 2014. Não houve relação entre fatores de risco no grupo PC, todavia o sexo feminino foi marginalmente associado ao risco de mortalidade entre RC (HR: 1,7 [IC 95%: 0,9-3,0]).
Conclusão:
Algumas características demográficas têm sido consideradas fatores de risco para a mortalidade da população idosa, no entanto elas não foram confirmadas nesse estudo entre os idosos que proviam e recebiam cuidados.
PALAVRAS-CHAVE
Estresse psicológico; adultos mais velhos; cuidadores; mortalidade; estudos longitudinais