RESUMO
Objetivo
Este estudo explora a relação entre a autoavaliação dos pacientes e a avaliação dos médicos quanto à estabilidade clínica.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal realizado no ambulatório do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ) em uma ampla amostra de pacientes (1.447), dos quais 67,9% eram portadores de transtornos mentais graves (TMG). Coletamos informações por meio de um questionário estruturado desenvolvido para esse fim, preenchido pelo médico assistente. A estabilidade clínica foi avaliada por meio de cinco critérios de instabilidade psiquiátrica e pela impressão clínica global do médico, nos seis meses anteriores. A autoavaliação dos pacientes baseou-se em uma pergunta sobre como eles avaliavam seu estado de saúde: estável/melhor, pior, não sabe. Para as análises, a autoavaliação dos pacientes foi considerada como nosso padrão.
Resultados
A amostra foi composta por 824 (57%) mulheres, com idade média de 49 anos. Os diagnósticos mais prevalentes na categoria TMG corresponderam a 937 pacientes, dos quais 846 (90,3%) se avaliaram como estáveis/melhores. As avaliações dos médicos concordaram mais com pacientes portadores de transtorno bipolar e menos com esquizofrênicos em relação à estabilidade. Quanto aos pacientes com transtorno depressivo, os médicos concordaram mais com eles em relação à instabilidade.
Conclusão
A análise dos dados confirma nossa hipótese de que a autoavaliação feita por pacientes com TMG foi precisa quanto à sua condição de saúde e que a autoavaliação feita por pacientes que se consideravam estáveis concorda com a avaliação dos médicos.
Transtorno bipolar; transtorno depressivo; transtorno mental grave; esquizofrenia; autoavaliação