RESUMO
Racional:
A fistulotomia seguida de esfincteroplastia primária é uma das opções terapêuticas nas fístulas transesfincterianas, porém, não se sabe ao certo qual fio poderia apresentar melhor resultado.
Objetivo:
Comparar os fios de polipropileno e poliglactina na esfincteroplastia primária em ratos submetidos a fistulotomia.
Método:
Utilizou-se 30 ratos Wistar, confeccionada fístula por transfixação do esfíncter anal com fio de aço, que permaneceu por 30 dias. Após, o fio de aço foi removido e foram formados quatro grupos: A - Controle (n = 5), sem tratamento; B - Fistulotomia (n = 5), realizada fistulotomia apenas; C - Polipropileno (n = 10), em que foi realizada fistulotomia seguida por esfincteroplastia primário com fio de polipropileno; D - Poliglactina (n = 10), mesmo procedimento com fio de poliglactina; após 30 dias analisou-se o fechamento da fístula, afastamento dos cabos musculares e processo inflamatório.
Resultados:
A fístula persistiu em todos animais do grupo controle e em nenhum dos demais grupos; dos grupos tratados a área de afstamento dos cabos musculares foi 1620 µm, 4665 µm e 2520 µm, respectivamente nos Grupos B, C e D (p = 0,067); em relação à fibrose as médias foram 2,4; 2,8 e 3,6; respectivamente nos Grupos B, C e D, demonstrando maior fibrose neste último grupo (p = 0,041).
Conclusão:
Não houve persistência da fístula em nenhum dos animais tratados, não houve diferença no afastamento dos cabos musculares entre os grupos submetidos a esfincteroplastia primária com polipropileno ou poliglactina, e nem destes com o grupo tratado apenas por fistulotomia. Houve maior fibrose nos animais tratados por esfincteroplastia primária com poliglactina.
Palavras-chave:
Ratos; Fístula retal; Poliglactina 910; Esfincteroplastia; Fistulotomia