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Obesidade visceral não está correlacionada a metastases nos linfonodos ou cancer coloretal

RESUMO

Introdução:

A presença de metastização ganglionar no câncer colorretal é determinante como fator de prognóstico e para planear o tratamento. A relação entre a presença de gordura visceral e o prognóstico não está totalmente documentada na literatura. Assim, pretende-se avaliar a existência de relação entre obesidade visceral e a presença de metástases ganglionares e o prognóstico de doentes com câncer colorretal.

Materiais e métodos:

Construiu-se uma amostra de 68 doentes operados por câncer colorretal no Hospital de Braga, entre 1/1/2007 e 31/12/2007, e registaram-se os seus dados clínico-patológicos e de seguimento. As áreas de gordura visceral, gordura subcutânea e gordura total foram medidas na tomografia computorizada pré-operatória. Obesidade visceral foi definida como um razão da gordura visceral relativamente à área total de gordura >0,29. Calculou-se a razão de linfonodos metastizados.

Resultados:

Verificou-se uma associação significativa entre obesidade visceral e sexo masculino (p = 0,032). A sobrevida dos pacientes, aos 5 e 10 anos de seguimento, foi superior naqueles com obesidade subcutânea em ambos períodos, contudo não significativa. Verificou-se uma associação significativa entre a sobrevivência em função da razão de linfonodos metastizados, aos 5 e 10 anos (p = 0,03 e p = 0,002; respectivamente), com maior sobrevivência quando a razão de linfonodos metastizados = 0% e pior quando ≥ 18%.

Conclusão:

Neste estudo não se observou uma associação significativa entre a obesidade visceral e o número de linfonodos metastizados nem com a sobrevida aos 5 e 10 anos.

Palavras-chave:
Câncer colorectal; Obesidade visceral; Metástases ganglionares

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