RESUMO
Introdução:
O tratamento da doença hemorroidária pelas técnicas convencionais cursa com significante redução da qualidade de vida do doente, principalmente relacionada à dor pós-operatória e ao considerável tempo de afastamento do trabalho. A técnica de desarterialização hemorroidária associada à mucopexia retal é uma opção cirúrgica pouco invasiva, a qual é utilizada com o objetivo de tratar a doença hemorroidária e reduzir seus inconvenientes.
Objetivo:
Analisar os resultados encontrados após sete anos de seguimento em doentes submetidos à técnica da desarterialização hemorroidária associada à mucopexia para o tratamento da doença hemorroidária.
Método:
Foram estudados 407 portadores de doença hemorroidária de graus II, III e IV, submetidos à técnica da desarterialização hemorroidária no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo de Mogi das Cruzes, durante o período de Dezembro de 2010 a Dezembro de 2017. Vinte e sete doentes (6,6%) apresentavam doença hemorroidária de grau II, 240 (59,0%) do grau III e 117 (28,8%) do grau IV. Em 23 doentes (5,7%) não foram encontradas a classificação nos prontuários. Todos os doentes foram operados pelo mesmo cirurgião e sob anestesia raquidiana. Os 407 doentes foram submetidos à desarterialização, variando de um até seis ramos arteriais seguidos de mucopexia por sutura contínua. Oitenta e dois (20,14%) necessitaram ressecções associadas por plicomas ou hemorroidas externas. No pós-operatório foram avaliados os seguintes parâmetros: dor, tenesmo, sangramento, prolapso, trombose e recidiva.
Resultados:
O tenesmo foi a queixa pós-operatória referida por 93,36% dos doentes. Quarenta e três (10,5%) apresentaram tenesmo intenso e 44 (22%) de moderado a intenso. Quatro (0,98%) doentes apresentaram sangramento de maior intensidade no pós-operatório e em 1 (0,5%) houve necessidade de hemostasia cirúrgica, em nenhum deles houve necessidade de reposição sanguínea. O prolapso ocorreu em 18 (4,42%) doentes, trombose em 11 (2,7%) e houve 19 (4,67%) recidivas reoperados durante o período.
Conclusão:
A desarterialização hemorroidária apresenta bons resultados, complicações leves e de fácil resolução e pouca dor pós-operatória.
Palavras-chave:
Hemorróidas; Hemorróidas/cirurgia; Ligadura; Ultrassonografia Doppler; Desarterialização hemorroidária; THD