Resumo
Objetivo
Descrever os perfis epidemiológico, clínico e laboratorial de mulheres com neoplasia anal associada à neoplasia cervical atendidas em uma unidade de saúde terciária no nordeste do Brasil.
Métodos
Este estudo epidemiológico e descritivo usou um banco de dados de um estudo transversal realizado entre dezembro de 2008 e janeiro de 2016. Mulheres com diagnóstico de neoplasia cervical associada à neoplasia anal foram incluídas no presente estudo.
Resultados
Das mulheres com neoplasia cervical, 14% apresentaram lesão intra-epitelial anal ou câncer anal. A mediana de idade foi de 33 anos; 68% das pacientes não eram brancas e 70% eram provenientes de regiões urbanas, com baixa escolaridade e baixa renda. A maioria relatou histórico de relações sexuais anoreceptivas (73%) e desprotegidas (84%). Quanto aos sintomas, 7% relataram sangramento e 11% prurido. No geral, 10% das pacientes apresentaram serologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana. A citologia anal foi anormal em 92% da amostra. A anuscopia de alta resolução foi anormal em todos os casos. A histopatologia revelou três casos de carcinoma invasivo e lesões de alto grau em 32% dos casos.
Conclusão
As mulheres com diagnóstico de neoplasia anal e cervical geralmente são jovens, não brancas, que iniciaram sua vida sexual em idade precoce, foram expostas a relações sexuais anoreceptivas desprotegidas, moram em centros urbanos e têm baixa escolaridade e baixo nível de renda.
Palavras-chave
Infecções por papilomavírus; Neoplasia cervical; Diagnóstico; Neoplasia anal