RESUMO
A incidência e a prevalência da doença de Crohn têm aumentado e, ao longo do decurso da doença, cerca de 20% dos doentes irão desenvolver fístulas perianais com impacto significativo na sua qualidade de vida.
Apesar dos tratamentos médicos e cirúrgicos utilizados atualmente, o tratamento destas fístulas continua a constituir um desafio com baixas taxas de eficácia e com elevadas taxas de recorrência.
Ensaios clínicos recentes têm demonstrado resultados promissores em termos de segurança e eficácia de tratamentos locais destas fístulas com o recurso a células estaminais mesenquimatosas derivadas do tecido adiposo que, além de pluripotentes e pouco imunogênicas, têm capacidades imunomoduladoras e anti-inflamatórias capazes de promover o processo de cicatrização.
O objetivo desta revisão sistemática é sumarizar os ensaios clínicos encontrados, realçando as taxas de eficácia desta terapêutica e as principais limitações na análise dos resultados.
Concluímos que, nas fístulas perianais refratárias ás terapias convencionais, o tratamento com com celulas estaminais mesenquimatosas derivadas do tecido adiposo é seguro e com resultados promissores que podem mudar o paradigma atual do tratamento das fistulas complexas associadas à Doença de Crohn.
Palavras-chave
Doença de Crohn; Fístula; Tecido adiposo; Células estaminais