RESUMO
Fundamentação:
Embora os medicamentos à base de plantas sejam amplamente utilizados no mundo inteiro, seus efeitos (benéficos e prejudiciais) não estão bem documentados. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da Aloe vera (AV) na cicatrização de anastomoses colônicas.
Material e métodos:
112 ratos Wistar albinos foram distribuídos aleatoriamente em cinco grupos principais: AV pré-operatório (P), AV pré e pós-operatório (PP), controle (C), sham AV (SA) e sham controle (SC). Os grupos P, PP e SA receberam AV em uma dose de 1,6 mL/kg por dia por sonda de alimentação orogástrica por 1 mês antes do experimento. Os grupos P, PP e C foram submetidos a anastomose do cólon distal. Subgrupos (n = 4) de cada grupo foram sacrificados no terceiro, sétimo, 14° e 21° dias pós-operatórios. Os seguintes parâmetros foram avaliados: pressão de ruptura anastomótica (PRA), conteúdo de colágeno perianastomótico e alterações histopatológicas.
Resultados:
O grupo SC apresentou PRA significativamente maior quando comparado ao grupo SA (p = 0,0002), embora o conteúdo de hidroxiprolina não tenha apresentado diferença. Ao comparar a PRA entre os grupos de anastomose, ela foi significativamente menor no terceiro dia nos grupos que usaram AV (P3 vs. C3, p = 0,003 e PP3 vs. C3, p = 0,007). No terceiro dia, o teor de hidroxiprolina foi significativamente menor no grupo PP do que no grupo C (p = 0,05). Após o terceiro dia, não se observou diferença significativa em nenhum dos parâmetros do estudo.
Conclusão:
O uso de AV diminuiu o conteúdo de colágeno tecidual no período pós-operatório imediato. É aconselhável questionar o uso concomitante da medicina convencional e suplementos fitoterápicos na prática clínica.
Palavras-chave:
Anastomose intestinal; Anastomose colônica; Pressão de ruptura anastomótica; Nível de hidroxiprolina; Aloe vera; Cicatrização de feridas