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Tratamento cirúrgico do pólipo maligno do cólon

RESUMO

Contexto:

Na decisão terapêutica do pólipo maligno do cólon diversos fatores preditores de doença residual após a recessão endoscópica norteiam a decisão de vigilância ou intervenção cirúrgica. Esta é uma decisão desafiadora, uma vez que mesmo na presença dos preditores de alto risco usados atualmente, apenas 15% a 30% dos doentes terão doença residual na peça cirúrgica.

Objetivo:

Avaliar os doentes com diagnóstico de pólipo maligno do cólon no Centro Hospitalar de São João que foram orientados para tratamento cirúrgico, estudando os preditores de doença residual na peça cirúrgica.

Métodos:

Foi realizado um estudo retrospetivo, tendo por base os doentes com pólipo maligno do cólon diagnosticado e tratado no Centro Hospitalar de São João no Porto, Portugal, entre 2009 e 2016. Os dados endoscópicos, anatomopatológicos, cirúrgicos e o seguimento foram revistos.

Resultados:

Do total de doentes em estudo (n = 96); 59 (61,5%) tiveram indicação para cirurgia após discussão multidisciplinar. Deste grupo, 21 doentes (35,6%) apresentavam doença residual na peça cirúrgica, com presença de invasão ganglionar em 8 doentes (13,6%). A presença de malignidade na peça de ressecção cirúrgica associava-se de forma estatisticamente significativa a: tamanho do pólipo ressecado (p = 0,023); pólipo séssil (p = 0,007); ressecção em piecemeal (p = 0,002).

Conclusões:

A persistência de malignidade na peça cirúrgica associou-se a pólipos sésseis, de maiores dimensões e à remoção em piecemeal. Um número importante de doentes não apresentava malignidade na peça de ressecção cirúrgica, sendo necessários mais marcadores para melhor estratificar os doentes.

Palavras-chave:
Pólipo maligno; Cancro do cólon; Cirurgia; Doença residual

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