RESUMO
Introdução:
A frequência do câncer colorretal aumenta a cada ano e, consequentemente, aumenta o número de estomias, procedimento que auxilia no tratamento do câncer colorretal, porém impacta na qualidade de vida. Estudos que avaliam o impacto do tempo de estomia e do estado nutricional na qualidade de vida de pacientes colostomizados com câncer colorretal são escassos na literatura. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre tempo de estomia e estado nutricional e qualidade de vida em pacientes colostomizados por câncer colorretal.
Métodos:
Participaram deste estudo transversal 97 pacientes colostomizados por câncer colorretal de um serviço de referência. Dados socioeconômicos, demográficos e clínicos foram obtidos. Os questionários da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer EORTC-QLQ30 e EORTC-QLQ-CR29 foram utilizados para analisar a qualidade de vida. A análise de significância estatística foi realizada usando o teste não paramétrico Wilcoxon ou teste Qui-Quadrado.
Resultados:
Dos 97 indivíduos, 50.,5% eram do sexo feminino, 64.,9% tinham mais de 60 anos, 67.,4% com estomia há menos de 1 ano. Metade dos pacientes apresentava inadequação do estado nutricional: 24.,2% estavam desnutridos, 17.,9% sobrepeso e 8,4% obesos. O menor tempo de estomia foi associado ao desempenho funcional, sangue ou muco nas fezes, problemas em cuidar da estomia e interesse sexual dos homens, enquanto a desnutrição foi associada à preocupação com o peso.
Conclusão:
A cirurgia de estomia esteve associada à qualidade de vida em alguns domínios, como desempenho funcional, insônia, perda de apetite, dor abdominal, dor nas nádegas, perda de cabelo, perda do paladar, e tem um impacto junto ao estado nutricional da qualidade de vida em pacientes colostomizados por câncer colorretal.
Palavras-chave:
Câncer colorretal; Estomia; Estado nutricional; Qualidade de vida