APLICATIVO INVESTISUS: UMA ABORDAGEM QUALITATIVA SOBRE <i>MOBILE GOVERNMENT</i>

Reis, Mauro Célio Araújo dos; Carneiro, Dayse Karenine de Oliveira; Cireno, Maria Eugênia Diniz Figueiredo; Guedes Júnior, Dárcio

doi:10.4301/S1807-1775202219010

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JISTEM - Journal of Information Systems and Technology Management

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Sumário

Artigo Original • JISTEM J.Inf.Syst. Technol. Manag. 19 • 2022 • https://doi.org/10.4301/S1807-1775202219010 copiar

APLICATIVO INVESTISUS: UMA ABORDAGEM QUALITATIVA SOBRE MOBILE GOVERNMENT

INVESTISUS APP: A QUALITATIVE APPROACH TO MOBILE GOVERNMENT

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

O desenvolvimento das tecnologias móveis tem contribuído para a transformação da maneira como os governos entregam seus serviços e, como consequência, o governo móvel ou mobile government impacta a forma como os cidadãos se relacionam com os serviços públicos. Dentro desta perspectiva, este artigo propõe, por meio de uma abordagem qualitativa multi-método, identificar e analisar aspectos de mobile government no desenvolvimento e implantação do aplicativo InvestSUS, no contexto do Ministério da Saúde brasileiro. Com isso, vislumbra-se contribuir com o campo de pesquisa sobre mobile government em países em desenvolvimento. Para tanto, foi realizada uma triangulação de técnicas qualitativas na coleta e análise de dados, que resultou na construção de um framework para análise da implementação de ferramentas de mobile government no setor público. Foram identificadas 19 variáveis relacionadas ao framework proposto, bem como 5 novas variáveis, tais como: transparência da informação pública, controle social, usabilidade, equipe multidisciplinar e facilidade de acesso. Os resultados deste estudo, portanto, refletem uma oportunidade para compreensão do fenômeno de mobile government no contexto do setor de saúde pública.

Palavras-chave:
Mobile government; Serviço Público de Saúde; Financiamento em Saúde; Aplicativo

CATEGORIAS	VARIÁVEIS
Segurança Ishengoma, Mselle e Mongi, (2018Ishengoma, F., Mselle, L., & Mongi, H. (2019). Critical success factors for m‐Government adoption in Tanzania: A conceptual framework. John Wiley & Sons Ltd, 1-10. https://doi.org/10.1002/isd2.12064 https://doi.org/10.1002/isd2.12064... ); Isagah e Wimmer, (2019Isagah, T., & Wimmer, M. A. (2019). Recommendations for M-Government Implementation in Developing Countries: Lessons Learned from the Practitioners. International Federation for Information Processing, 551, 554-555. https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-1_45 https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-... )	Credibilidade nos canais de entrega de serviços	Mecanismos de Segurança de dados	Segurança no compartilhamento de informações
Gerenciamento Isagah e Wimmer, (2019Isagah, T., & Wimmer, M. A. (2019). Recommendations for M-Government Implementation in Developing Countries: Lessons Learned from the Practitioners. International Federation for Information Processing, 551, 554-555. https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-1_45 https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-... )	Comunicação eficiente	Cumprimento dos prazos de entrega	Integração entre os envolvidos no projeto	Apoio da alta Gestão
Infraestrutura Ishengoma, Mselle e Mongi, (2018Ishengoma, F., Mselle, L., & Mongi, H. (2019). Critical success factors for m‐Government adoption in Tanzania: A conceptual framework. John Wiley & Sons Ltd, 1-10. https://doi.org/10.1002/isd2.12064 https://doi.org/10.1002/isd2.12064... ); Isagah e Wimmer, (2019Isagah, T., & Wimmer, M. A. (2019). Recommendations for M-Government Implementation in Developing Countries: Lessons Learned from the Practitioners. International Federation for Information Processing, 551, 554-555. https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-1_45 https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-... ); Li, Ding e Li, (2019Li, X., Ding, Y., & Li, Y. (2019). M-Government Cooperation for Sustainable Development in China: A Transaction Cost and Resource-Based View. Sustainability 11(7), 2-17. https://doi.org/10.3390/SU11071884 https://doi.org/10.3390/SU11071884... )	Compatibilidade com diferentes dispositivos	Atualização de software e hardware	Profissionais capacitados	Estabilidade de Rede
Acessibilidade Ishengoma, Mselle e Mongi, (2018Ishengoma, F., Mselle, L., & Mongi, H. (2019). Critical success factors for m‐Government adoption in Tanzania: A conceptual framework. John Wiley & Sons Ltd, 1-10. https://doi.org/10.1002/isd2.12064 https://doi.org/10.1002/isd2.12064... ); Isagah e Wimmer, (2019Isagah, T., & Wimmer, M. A. (2019). Recommendations for M-Government Implementation in Developing Countries: Lessons Learned from the Practitioners. International Federation for Information Processing, 551, 554-555. https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-1_45 https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-... )	Interface amigável	Clareza	Igualdade de acesso para os diversos usuários	Canal de comunicação direta com o usuário
Engajamento Ishengoma, Mselle e Mongi, (2018Ishengoma, F., Mselle, L., & Mongi, H. (2019). Critical success factors for m‐Government adoption in Tanzania: A conceptual framework. John Wiley & Sons Ltd, 1-10. https://doi.org/10.1002/isd2.12064 https://doi.org/10.1002/isd2.12064... ); Isagah e Wimmer, (2019Isagah, T., & Wimmer, M. A. (2019). Recommendations for M-Government Implementation in Developing Countries: Lessons Learned from the Practitioners. International Federation for Information Processing, 551, 554-555. https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-1_45 https://doi.org/10.1007/978-3-030-18400-... ); Joseph, (2019Joseph, R. C. (2019). A Structured Analysis of mGovernment Apps and User Engagement. International Journal of E-Services and Mobile Applications. 11(1), 24-35. https://doi.org/10.4018/IJESMA.2019010102 https://doi.org/10.4018/IJESMA.201901010... )	Envolvimento do usuário	Demanda de serviços pelo usuário	Quantidade de acesso	Usuário consciente

Vetor 1	Vetor 2
“(...) para a gente publicar os aplicativos nas lojas eles têm que passar por uma análise de segurança, análise de consistência, análise de produto mesmo dos dados que estão sendo utilizados pelo aplicativo”. [Credibilidade nos canais de entrega de serviços] - D1	“(...) a visão inicial do projeto do InvestSUS é de dar transparência no repasse dos recursos destinados a verbas de saúde”. [Transparência da Informação Pública] - D1 “Objetivo de dar transparência no acesso às informações”. [Transparência da Informação Pública] - S5
“Nós estamos muito tranquilos em relação a isso por que hoje nós utilizamos 100% da base de acesso do Brasil Cidadão. Então a parte de acesso e segurança não foi criada pra esse produto, é uma base que é usada por todos os outros produtos que são construídos no Ministério da Saúde hoje”. [Mecanismos de Segurança de dados] - D2	“Mas o aplicativo InvestSUS não está restrito a apenas esse perfil e já está se pensando num perfil corporativo para que a gestão federal tenha também esses acessos e logo adiante um perfil para o cidadão para também fazer o controle social (...)”. [Controle Social] - S2

Vetor 1	Vetor 2
“Com esse aplicativo a gente tem alcance ao secretário municipal de saúde de um município de 5mil habitantes e ao secretário municipal de saúde com 4milhões de habitantes (...)”. [Comunicação eficiente] - R1
“Mas falando de acompanhamento diário do projeto...de reunião...sempre foi assim muito rápido o retorno da MBA em atendimentos e respostas ... a gente entende o produto como cliente vai mostrando. Aprovou? Enquanto a equipe vem desenvolvendo a estrutura aprovado, a outra equipe já vai desempenhando o próximo pacote, é uma esteirinha. Quando a gente conclui a gente faz isso juntos” [Integração entre os envolvidos no projeto] - S4, D2
“Então o tempo que levamos pra construir o outro APP Emendas Parlamentares em comparação com o InvestSUS foi rapidíssimo. A gente gastou um ano pra fazer um e o InvestSUS a gente gastou dois meses (...)”.[Cumprimento dos prazos de entrega] - S6
“E é o aplicativo de cabeceira do Diretor, as redes sociais preferida dele (...) Ele dorme e acorda mexendo nessas coisas (...)”. [Apoio da alta Gestão] - S2, S5 e S6 “O diretor valida e testa bastante o app... sugerindo melhorias”. [Apoio da alta gestão] - S3

Vetor 1	Vetor 2
“Os aplicativos, eles são desenvolvidos para todos os tipos de sistemas operacionais disponíveis no mercado hoje e que têm suporte pelas lojas. Pela Playstore e AplleStore”. [Compatibilidade com diferentes dispositivos] - D1	“(...) o diferencial é a gente ter uma visão de usabilidade, então o mais importante é sintetizar e simplificar o máximo para o usuário”. [Usabilidade] - D1
“A nossa periodicidade de atualização do nosso aplicativo depende. A gente constrói um escopo e se o produto tem uma evolutiva uma feature nova, tem uma funcionalidade nova quando a gente sob pra loja a gente sobe a built nova”. [Atualização de software e hardware] - D2	“(...) a gente se preocupou muito que a informação chegue para qualquer pessoa que estivesse usando. Quando a gente consegue chegar nesse nível, mesmo que que o usuário não entenda aqueles números, mas se ele consegue navegar, consegue entender aquela estrutura, a gente consegue atingir em cheio o nosso objetivo”. [Usabilidade] - D2
	“Na nossa equipe a gente tem arquitetos de informação a gente tem pessoas da área de user experience que é design, temos da área de publicidade, geral de TI, tem equipe de teste e qualidade, back-end e front-end que são pessoas especializadas que possuem refinamento para trabalhar layout, engenheiros de software”. [Equipe multidisciplinar] - D1

Vetor 1	Vetor 2
“Hoje tudo que existe no menu de configurações do celular você consegue mudar o tom para trabalhar o contraste para quem tem problemas visuais, aumento de letra e diminuição de letras, ativar recursos de fala. O nosso aplicativo já está preparado para que estes recursos sejam habilitados”. [Igualdade de acesso para os diversos usuários] - D1	“(...) a gente pegou o que existe no sistema hoje, posso dizer que a gente simplificou ele, a gente utilizou muitos elementos visuais para ser de fácil identificação, pra ser aquele movimento mais rápido de acesso à informação”. [Facilidade de Acesso] - D2
“O aplicativo também prevê a troca de mensagens em determinados estágios, mas vai ter também a possibilidade de troca de e-mail tipo chat, mas isso vai ser bem no final. Troca de e-mails entre a PO com um representante de entidade, ou ela quer fazer uma chamada pública então ela vai escolher para quem ela quer mandar”. [Canal de comunicação direta com o usuário] - D4
“O que a gente tem hoje para mim está super ok. É um projeto que tivemos muito carinho por ele pois sabemos quem está usando, nos preocupamos em mostrar que a informação fosse clara por que a gente sabe que esses dados que vem da tabela no Excel até o cara conseguir filtrar as informações que quer”. [Clareza] - D2

Vetor 1	Vetor 2
“(...) você aproveita isso pra conscientizar que você que é o gestor financeiro e orçamentário dos recursos da saúde.. você que representa esses recursos diante do conselho, diante dos órgãos de controle.. então aproveita pra fazer essa interlocução (...)”. [Usuário consciente] - R1 (...) quando você chegava numa plenária que apresentava o FNS, era recorrente dúvidas sobre as coisas que eles não sabiam nem que existia.. que aquele dinheiro tava na conta do equipamento que era da outra gestão e ele não tinha isso claro.. então você instrumentaliza ele e empodera a gestão das informações por meio do aplicativo que ele precisa pra fazer uma plena gestão.. não dá pra fazer a plena com falta de informação ou financeira (...) [Demanda de serviços pelo usuário] - R5
“Uma coisa que eu acho interessante é que sempre há uma busca por legitimidade então dentro do aplicativo e do portal consulta, principalmente inicialmente, as pessoas vão usar o app, mas na hora no portal vão buscar conferir. Dentro da estrutura do ministério a gente tem que ter ciência de que vai estar lá a informação mesmo. Não pode estar conflitante”. [Envolvimento do Usuário] - S1
(...) hoje o app permite isso, foi uma resposta boa pelo menos dos primeiros contatos que eu tive com os gestores e assim, o interesse era tanto que eu fiquei alguns dias anteriores à fala de apresentação dele, mas mesmo assim o usuário já viu durante a distribuição do material de divulgação que eles receberam pra ensinar a mexer, pra ver o que aquilo falava das contas antigas e dava pra esclarecer muita coisa que realmente não faziam a mínima noção que era. [Envolvimento do usuário] - R1

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[1] Address for correspondence:
Mauro Célio Araújo dos Reis, Centro Universitário Projeção, Taguatinga, DF, Brasil; Ministério da Saúde, Brasília, DF, Brasil. Email: mreis.admbsb@gmail.com; Dayse Karenine de Oliveira Carneiro, Universidade de Brasília, Brasília, DF; Ministério da Saúde, Brasília, DF, Brasil. Email: dayse.carneiro@saude.gov.br; Maria Eugênia Diniz Figueiredo Cireno, Centro Universitário Projeção, Taguatinga, DF, Brasil; Ministério da Saúde, Brasília, DF, Brasil. Email: maria.cireno@saude.gov.br; Dárcio Guedes Júnior, Ministério da Saúde, Brasília, DF, Brasil. Email: Darcio.Guedes@saude.gov.br