A PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO RIO DE JANEIRO: DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA E A PRODUÇÃO CIENTÍFICA A PARTIR DAS POSSIBILIDADES DE PUBLICAÇÃO

THE POST-GRADUATION STRICTO SENSU IN PHYSICAL EDUCATION IN RIO DE JANEIRO: CHALLENGES FOR ACADEMIC FORMATION AND SCIENTIFIC PRODUCTION FROM THE POSSIBILITIES OF PUBLICATION

RESUMO

O objetivo deste artigo é descrever e analisar a formação acadêmica e os desafios para a produção científica a partir das possibilidades de publicação na pós-graduação em Educação Física no Rio de Janeiro. Empregou-se uma pesquisa documental utilizando os editais dos três programas de pós-graduação do Rio de Janeiro, publicações oficiais da CAPES e periódicos da educação física. Evidenciou-se elevado número de docentes da biodinâmica e um baixo quantitativo das sociocultural e pedagógica, ainda que somados. Após analisados 2083 periódicos da área, desvela-se a desproporcionalidade entre as subáreas, sendo quase 70% específicos da biodinâmica. O manuscrito aponta o baixo número de programas em educação física, desequilíbrio entre as subáreas e a escassez de periódicos como motivos que dificultam a formação acadêmica e a produção científica para as subáreas sociocultural e pedagógica.

Palavras-chave:
Ciências do Esporte; Formação Continuada; Formação de Professores

ABSTRACT

The objective of this article is to describe and analyze the academic formation and the challenges for the scientific production from the possibilities of publication in the postgraduate in Physical Education in Rio de Janeiro. A documentary was used using the edicts of the postgraduate programs and official publications of CAPES. It was evidenced a high number of teachers of biodynamics and a low quantitative of socio-cultural and pedagogical, although added. After analyzing 2083 periodicals of the area, the disproportionality between the subareas is revealed, being almost 70% specific to biodynamics. The manuscript indicates the low number of programs in physical education, imbalance between subareas and the scarcity of journals as reasons that hinder academic formation and scientific production for the socio-cultural and pedagogical subareas.

Keywords:
Sport Science; Continuing Education; Teacher Training

Introdução

Ao longo dos anos de 1990 houve uma reestruturação dos programas de pós-graduação em Educação Física, o que fez emergir subáreas, sendo identificadas três: biodinâmica, sociocultural e pedagógica. Dentre elas, a biodinâmica aparece como vertente compreendida sob orientação das ciências naturais, e a sociocultural e pedagógica, como áreas de concentração orientadas pelas ciências sociais e humanas¹.

Com a chegada do novo milênio, no contexto brasileiro, surge um movimento de expansão da subárea biodinâmica da educação física². Nesse sentido, em pesquisa realizada³, tendo como lócus um programa de pós-graduação em Educação Física na maior capital brasileira, São Paulo, mostrou que 74% das produções, entre dissertações e teses, concentravam-se na biologia como base epistemológica, isto é, na subárea biodinâmica, sendo 39% relacionadas à fisiologia, 22% à aprendizagem motora, 10% à biomecânica e 3% à saúde. Já nas Pedagógica e Sociocultural o número total foi de 26%, sendo 20% relacionada ao esporte e 1,5%, respectivamente, à história, à avaliação, à Educação Física Escolar e à Inclusão.

No contexto brasileiro, estudos têm evidenciado uma predominância da subárea biodinâmica, no que se refere à produção científica⁴ e à formação continuada⁵. Essa desproporcionalidade entre as subáreas da educação física tem inquietado seus agentes, implicando produções científicas sobre a problemática, reuniões temáticas e intervenções políticas.

Esse descompasso entre as subáreas pode ser entendido à luz de Bourdieu⁶, quando evidencia que em todo campo a disputa por poder acaba por desenvolver uma tensão entre os agentes que buscam manter o status quo e os que tentam subverte-lo. É necessária a compreensão de que um campo científico pode ser definido, dentre outras coisas, por meio da especificação dos objetos de disputa e dos interesses peculiares que são irredutíveis aos objetos de disputas. Assim, existe a necessidade de entendimento das formas pelas quais um campo constrói seus limites para que os agentes que buscam modificações possam potencializar suas chances de sucesso, já que a estrutura de um campo é um estado da relação de força entre os agentes ou instituições engajadas na luta ou, até mesmo, da distribuição do capital específico que acumulado no curso das lutas anteriores orienta as estratégias posteriores.

Apesar das tensões já existirem desde o início dos anos 2000, recentemente um fórum reuniu professores e pesquisadores das subáreas sociocultural e pedagógica para pensar uma forma de intervenção. Após alguns encontros, foi elaborado um documento que aponta os problemas, os anseios e as possíveis medidas para reduzir o descompasso existente dentro da mesma subárea⁷. Esse manuscrito, como uma espécie de carta, foi enviado à coordenação da área 21 da Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Recentemente, no Rio de Janeiro, foi realizado um seminário que reuniu os três programas de pós-graduação existentes para se reforçar e ampliar as discussões do fórum⁸.

Embora as investigações tenham desvelado desproporcionalidade da produção científica entre as subáreas, menor oportunidade de formação continuada para as subáreas sociocultural e pedagógica⁹ e um distanciamento dos debates pedagógicos¹⁰, as mesmas apresentam-se em nível nacional. Dessa forma, se há mais formação acadêmica e produção científica na subárea biodinâmica, ou seja, mais mestres e doutores em educação física sendo formados, há também mais dissertações e teses sendo produzidas. Assim, questionam-se quais seriam os motivos que têm implicado o não acompanhamento das subáreas pedagógica e sociocultural da educação física, no que tange à formação e à produção acadêmicas, quando comparadas à subárea biodinâmica.

Portanto, o objetivo deste artigo é descrever e analisar a formação acadêmica e os desafios para a produção científica a partir das possibilidades de publicação na pós-graduação em Educação Física no Rio de Janeiro. Logo, buscou-se: a) discutir a oferta de vagas nos cursos de mestrado e doutorado, tendo como foco divisão entre as três subáreas; b) apresentar a distribuição do número de docentes nos três programas do Rio de Janeiro, a partir de sua afiliação a cada subárea; c) identificar a distribuição de todos os periódicos da Área 21, mediante as subáreas, bem como sua distribuição a partir do webqualis. Essa preocupação se justifica na medida em que a configuração atual do número de periódicos em cada subárea é um forte indício do alargamento de uma em detrimento das outras, alterando a dinâmica interna do campo.

Métodos

Delineamento

O presente trabalho se caracteriza como pesquisa documental com abordagem qualitativa¹¹, tendo sido analisados os três programas de pós-graduação stricto sensu do Rio de Janeiro, a saber: Programa de Pós-graduação em Educação Física (PPGEF); Programa de Pós-graduação em Ciências da Atividade Física (PPGAF); e Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE).

Procedimentos

Como técnica de coleta de dados, foi utilizada a documentação¹¹ que corresponde a “técnica de identificação, levantamento, exploração de documentos fontes e que serão utilizados no desenvolvimento do trabalho”. Dessa maneira, foram coletados os editais de seleção de ingressantes publicados nos sites dos três Programas de Pós-graduação em Educação Física do Rio de Janeiro e, ainda, os documentos oficiais divulgados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), como os pareceres de recomendação, homologação, descredenciamento e classificação de periódicos da educação física como área de avaliação.

Como técnica de tratamento de dados foi, inicialmente, utilizada a análise documental, a partir da interpretação dos pareceres de recomendação, homologação e descredenciamento da CAPES, bem como os editais mais recentes dos três Programas de Pós-graduação em Educação Física do Rio de Janeiro. Esses documentos foram analisados a partir das seguintes categorias: períodos em que os programas foram recomendados, homologados, descredenciados e, ainda, suas áreas de concentração, linhas de pesquisa e docentes permanentes.

A análise documental também foi utilizada na interpretação da publicação de classificação de periódicos da educação física mais recente, isto é, o que compreende a avaliação do quadriênio 2013-2016¹². Nessa perspectiva, considerando o volume de periódicos, foram criadas categorias de acordo com as subáreas Biodinâmica, Sociocultural e Pedagógica em níveis nacional e internacional , conforme segue:

• a) Periódicos nacionais da biodinâmica- PNB;

• b) Periódicos internacionais da biodinâmica - PIB;

• c) Periódicos nacionais das subáreas sociocultural e pedagógica - PNSP;

• d) Periódicos internacionais das subáreas sociocultural e pedagógica - PISP;

• e) Periódicos nacionais com ambas as subáreas - PNA e;

• f) Periódicos internacionais com ambas as subáreas - PIA.

Com as categorias eleitas, os 2082 periódicos foram distribuídos considerando seu “foco e escopo” descrito no perfil de cada um deles. O resultado dessa distribuição foi apresentado por meio de ilustrativo.

Depois de categorizados, os periódicos foram distribuídos por estrado, conforme a política de avaliação da CAPES¹² que os classifica em A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, sendo A1 o maior nível e C o menor¹³. Então, foram consideradas somente as categorias PNSP, PNB, PISP e PIB, por apresentarem maior representação quantitativa. Os periódicos das categorias PNA e PIA foram agrupados às outras. Os periódicos repetidos contabilizaram somente uma vez, sendo contabilizado o maior qualis.

Resultados e discussão

A pós-graduação stricto sensu no Rio de Janeiro

O PPGEF é o mais antigo, tendo o curso de Mestrado em Educação Física iniciado em março de 1980. No entanto, por um período deixou de ser recomendado pela CAPES¹⁴ e somente em 2008 foi recomendo novamente e homologado em 2009¹⁵, com nota 3. Em 2016, passa a oferecer também o curso de Doutorado, com nota 4, recomendado em 2015 e homologado em 2016¹⁶.

Sobre a área de concentração, em uma busca realizada no primeiro semestre de 2017, foi identificado na plataforma da CAPES, bem como no endereço eletrônico do PPGEF, que para o curso de Mestrado a área de concentração é “biodinâmica do movimento”, tendo como linhas de pesquisa: “atividade física e saúde”; “comportamento motor”; “rendimento físico-esportivo”; e “práticas corporais, esporte e lazer”. Por outro lado, já no caso do curso de Doutorado, existem “estudos da motricidade humana”, tendo “atividade física e saúde”, “comportamento motor” e “rendimento físico-esportivo”, como linhas.

Ao apresentar as áreas de concentração e as linhas de pesquisa, é possível perceber a predominância da biodinâmica, com exceção da linha “práticas corporais, esporte e lazer” que agrega nove projetos de pesquisa, tendo relação direta com educação física escolar, corpo e práticas corporais. Além disso, dos 11 professores permanentes, somente um não é da biodinâmica. Assim, há predominância da biodinâmica nesse programa. Cabe ressaltar que nos editais de mestrado e doutorado publicados em 2016 para ingresso no programa em 2017, há docentes diferentes dos permanentes, mas todos da subárea biodinâmica^17,18.

O PPGCEE/UERJ é o mais recente programa do Rio de Janeiro, tendo o curso de Mestrado e Doutorado, ambos com nota 4, iniciados em 2015 e homologados no mesmo ano¹⁹. O programa que existia na Universidade Gama Filho, após seu descredenciamento, foi incorporado pela UERJ, que recebeu os alunos que estavam cursando mestrado e doutorado no programa via edital específico, e os professores, da universidade descredenciada, por meio de bolsas de docentes visitantes.

O PPGCEE/UERJ apresenta “aspectos biopsicossociais do esporte” e “aspectos biopsicossociais do exercício físico” como áreas de concentração para Mestrado e Doutorado. Nessa direção, é possível identificar, no edital mais recente do PPGCEE/UERJ²⁰, duas linhas de pesquisa para cada área de concentração: “abordagens biológicas do exercício físico” e “abordagens psicossocioculturais do exercício físico”, ambas inseridas em “aspectos biopsicossociais do exercício físico”; e as linhas “abordagens biológicas do esporte” e “abordagens psicossocioculturais do esporte”, concentradas em “aspectos biopsicossociais do esporte”.

A descrição das áreas de concentração e linhas de pesquisa conduz a uma distribuição comum, tendo duas linhas de diferentes perspectivas dentro de cada área de concentração, identificando que o PPGCEE/UERJ possui uma distribuição justa quando comparado ao PPGEF/UFRJ. No entanto, a equipe de docentes é composta por 16 professores que estão distribuídos nas quatro linhas de pesquisa, estando 12 em “abordagens biológicas do exercício físico”, três em “abordagens biológicas do esporte”, cinco em “abordagens psicossocioculturais do exercício físico” e dois em “abordagens psicossocioculturais do esporte”. É fundamental justificar que há pesquisadores que desenvolvem estudos em mais de uma linha de pesquisa. Por esse motivo, a soma da distribuição docente por linha de pesquisa é maior que 20. Destarte, fica perceptível uma predominância biodinâmica.

O PGCAF/UNIVERSO oferece Mestrado em Ciências da Atividade Física com nota 3, tendo iniciado e homologado em 2006²¹. Nesse sentido, considerando a Plataforma Sucupira e o edital mais recente²², “atividade física, saúde e sociedade” é a área de concentração. Dessa maneira, ao acessar o documento é identificável duas linhas de pesquisa: “aspectos biodinâmicos da atividade física” e “aspectos socioculturais da atividade física”.

Ao expor as linhas do PGCAF/UNIVERSO, pode-se perceber que há uma distribuição justa, semelhantemente ao PPGCEE/UERJ e diferentemente do PPGEF/UFRJ, pois há uma linha sobre aspectos relacionados às ciências naturais por meio de eixos temáticos, e outra referente às ciências sociais e às humanas. Esse programa, de acordo com seu endereço eletrônico, possui 11 docentes permanentes, distribuídos na seguinte proporção: sete filiados à linha “aspectos socioculturais da atividade física” e quatro em “aspectos biodinâmicos da atividade física”. A partir da análise desses dados, visualiza-se que há predominância sociocultural e pedagógica.

Para sintetizar os resultados de cada programa, elaborou-se a Tabela 1 que representa a oferta de cursos, suas respectivas notas perante a CAPES, número de docentes por área de concentração e distribuição de linhas de pesquisa.

Tabela 1
Distribuição dos programas de pós-graduação do Rio de Janeiro por subárea da educação física

Variáveis	Programa/Instituição			Total
	PPGEF/UFRJ	PGCAF/UNIVERSO	PPGCEE/UERJ
Curso	Nota
Mestrado	3	3	4	3
Doutorado	4	-	4	2
Docentes	Distribuição por subárea
Biodinâmica	10	4	13	27
Sociocultural e Pedagógica	1	7	3	11
Linhas de Pesquisa	Distribuição por subárea
Biodinâmica	6	1	2	9
Sociocultural e Pedagógica	1	1	2	4

• Fonte: Os autores

Em 2017, o número de programas no Brasil em Educação Física é de 37, sendo 3 deles no Rio de Janeiro. Esse número é baixo, considerando que em 2015, 35 mil estudantes conquistaram a formação inicial (licenciatura e bacharelado) na área²³. Uma das possíveis explicações pode estar no fato da pós-graduação em Educação Física ser relativamente nova, tendo sido o primeiro curso de mestrado instituído em 1977, na Universidade de São Paulo (USP) e, no Rio de Janeiro, em 1980, na UFRJ¹⁴.

Se os programas são recentes, tendo início com a oferta do Mestrado, o oferecimento do Doutorado é ainda mais, tendo sido novamente a USP a primeira a ofertar o curso em 1989, e no Rio de Janeiro, a UGF em 1994, e, ainda, pioneira na pós-graduação das universidades privadas¹⁴.

Do encerramento das atividades acadêmicas da UGF em 2014 até o final de 2015, quando o doutorado da UFRJ foi homologado e teve início em 2016, o Rio de Janeiro parou de formar doutores. Embora esse cenário tenha se modificado, com duas instituições que oferecem o curso, conforme a Tabela 1, ainda é pouco, corroborando com Manoel e Carvalho¹ que afirmam ser insuficiente, dado o número de mestres formados e a necessidade de doutores para desenvolver pesquisa nas universidades brasileiras. Além disso, Silva, Sacardo e Souza²⁴ assinalam que o Plano Nacional de Educação fez uma projeção do número de mestres e doutores até 2029, porém, considerando as políticas vigentes o quantitativo estabelecido, será atingido quase uma década depois. Nesse estudo, já havia sido denunciada a possibilidade de retração das subáreas sociocultural e pedagógica, ou até mesmo suas extinções.

No entanto, buscar o curso de doutorado em outras áreas ou no exterior pode implicar dois efeitos, um deles trata-se da formação sólida em outras bases epistemológicas que não a educação física, possibilitando uma contribuição significativa na perspectiva de um novo viés epistêmico. Por outro lado, a experiência na configuração de pesquisa de outras áreas pode implicar o desenvolvimento de investigações que nem sempre são relevantes para a educação física. Além disso, os que buscam o título de doutor no exterior quando retornam ao Brasil podem cometer o equívoco de não levar em consideração a realidade brasileira, além de enfrentar o processo de revalidação do título no Brasil¹.

Ao realizar uma discussão ainda mais analítica sobre os programas de pós-graduação no Rio de Janeiro, é possível perceber que além dos poucos cursos de mestrado e doutorado, a oportunidade de ingresso é ainda mais limitada levando em consideração o número de docentes distribuídos em áreas de concentração. Nesse sentido, a realidade é de 27 orientadores no Rio de Janeiro para aqueles que almejam ingressar no mestrado pela subárea biodinâmica e de 13 para os que optam pelas subáreas sociocultural e/ou pedagógica. No doutorado, a diferença numérica é ainda maior, sendo 23 orientadores para a subárea biodinâmica e seis para as sociocultural e pedagógica.

O número de docentes e, consequentemente, as linhas de pesquisa no programa são fatos indispensáveis a serem discutidos, pois na realidade dos concursos para ingresso nos três programas de pós-graduação em educação física no Rio de Janeiro, o número de vagas/oportunidades é disponibilizado de acordo com o número de orientadores. Logicamente, se o número de docentes da subárea biodinâmica é maior, a quantidade de oportunidades para ingresso também será. Esse fato implica e reforça a discussão que existe um descompasso na pós-graduação em educação física, já apontada em estudos anteriores^3-4-8 que se refere ao desequilíbrio entre as áreas de concentração dentro da própria educação física.

Para a constituição do campo²⁵, algumas relações entre os agentes sociais influenciam a existência e as atitudes de todos os envolvidos. A estrutura das relações objetivas entre os agentes define o que podem ou não fazer. Muitas vezes a posição que eles ocupam nessa estrutura é o que determina suas decisões. Essa relação de poder faz com que o entendimento do fenômeno do campo possa absorver decisivamente o que faz um agente envolvido, e deve-se saber sua posição no campo em estudo para, a partir dessa identificação, construir algum tipo de proposição.

A configuração do campo da pesquisa, determinação dos agentes no ensino superior e a construção do perfil dos egressos dos cursos de educação física no Rio de Janeiro apontam para uma tendência organizacional favorável aos que incidem seus estudos na biodinâmica. Se mais mestres e doutores estão sendo formados nessa perspectiva, considerando que as universidades privadas fazem a contratação desses trabalhadores e a pública, na maioria dos casos, oferta concursos para o cargo de doutor, dessa forma, a possibilidade que os docentes formados a partir da perspectiva biodinâmica ocupem o espaço dessas vagas é maior.

Porém, a caracterização da área de educação física nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Educação Física²⁶ anuncia uma formação que contemple os conhecimentos biodinâmicos, comportamentais, sociais, antropológicos, pedagógicos e culturais. Então, é inquietante e controverso que docentes que lecionem na graduação, em grande parte, sejam da subárea biodinâmica. Não que os mesmos sejam incapazes de exercer a função, mas ao pensar na qualidade da formação inicial em educação física, parece contraditório identificar aquele que desenvolveu uma pesquisa no sentido stricto biodinâmico assumir conteúdos socioculturais e/ou pedagógicos, pois já se apontou que quanto mais a educação física se desenvolve mais se afasta dos debates pedagógicos¹⁰.

No que se refere a esse afastamento, Gaya⁵ denuncia que, atualmente, os cursos de formação estão preocupados em formar pesquisadores em fisiologia, biomecânica, psicologia e etc., e esquecendo-se de formar professores de educação física. O autor exemplifica esse caso pela capacidade que alguns alunos possuem de publicar artigos científicos de alto impacto com coautoria de seu orientador e mais de 10 coautores, afirmando ser a nova moda da comunidade científica, mas não são capazes de ministrar uma aula de educação física ou de esportes.

Atualmente, esse cenário não é diferente no mercado de trabalho, pois as oportunidades para quem atua na educação física mostram que esses profissionais ficaram em 11ª lugar entre aqueles com as profissões com o maior número de vagas entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012. No entanto, da mesma forma como ocorre na pós-graduação, quanto mais a área se amplia, mais ela se afasta dos interesses pedagógicos, foi o que mostrou Moreno²³ ao ilustrar que em 2010, do total de formados, 71% era em licenciatura, mas em 2015 o número de licenciados caiu em 10,5%, e o de bacharéis aumentou em 47,6%.

Cabe ressaltar, que num estado determinado de relação de força, aqueles que monopolizam o capital específico tendem a ampliar estratégias de conservação, controlando a produção de bens culturais levando com isso a defesa e manutenção da ortodoxa. Os integrantes do jogo cooperam para a reprodução do mesmo, contribuindo para produção da crença no valor do que está sendo disputado. Por isso, um campo não se orienta totalmente ao acaso, essas modificações são reflexos de uma mudança na forma como o campo da educação física vem se desenvolvendo.

Como questão substancial no que concerne à valoração, o número de docentes parece implicar a nota que o programa recebe perante a CAPES. Manoel e Carvalho¹ identificaram que a nota que o programa recebe possui associação com o quantitativo de docentes por área de concentração, posto que 80% dos programas com notas 5 e 6 têm predominância da biodinâmica, com apenas uma exceção . Percebeu-se ainda que os programas com nota 3 tinham como predominância 60% dos docentes das subáreas sociocultural e pedagógica. Dessa maneira, esses resultados coadunam com os achados da investigação em tela, pois no PGCAF em que a predominância é sociocultural e pedagógica, a nota é 3, enquanto que no PPGCEE e PPGEF a predominância é biodinâmica e a nota é 4, tendo uma exceção . Portanto, pode-se apontar que o aumento da presença biodinâmica no programa tem implicado a elevação de sua nota, fato esse que reafirma a distorção nas formas de valoração dos movimentos de pesquisa. O impacto desse processo pode ser apreciado pelo levantamento dos periódicos da área 21.

A pós-graduação stricto sensu no Rio de Janeiro

A pesquisa e análise documental da publicação mais recente sobre a avaliação do quadriênio 2013-2016¹² (embora a Área 21 CAPES seja composta por Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, somente a primeira foi objeto de análise) permitiu elaborar a Figura 1, que desvela a distribuição de periódicos nacionais e internacionais por subáreas. O cenário do Rio de Janeiro é reflexo dessas possibilidades de publicação.

Figura 1
Distribuição dos periódicos da área 21 por categoria

Diante da Figura 1, é possível perceber que os periódicos internacionais da subárea biodinâmica somam mais da metade do total da Educação Física ao redor do mundo, seguido dos periódicos nacionais das subáreas sociocultural e pedagógica. Nota-se, portanto, considerando o levantamento aqui realizado e a lógica da oferta e procura que, na esfera mundial, há predominância no número de periódicos da subárea biodinâmica. Cabe destacar um dado agravante, o quantitativo de 17% dos PNSP é inversamente proporcional em termos qualitativos. Esses dados podem ser confirmados na Figura 2.

Figura 2
Distribuição das categorias PNSP, PNB, PISP e PIB por estrato

O cenário atual da produção científica é semelhante ao da formação acadêmica para as subáreas sociocultural e pedagógica, isto é, o de desproporcionalidade. Dessa forma, a Figura 1 desvela que as possibilidades de publicação em termos quantitativos e qualitativos chegam a ser até dez vezes maior do que para às subáreas socioculturais e pedagógicas, principalmente em nível internacional, o qual a publicação da biodinâmica se destina, devido ao potencial de generalização. Por outro lado, embora as possibilidades de publicação sejam maiores para as subáreas sociocultural e pedagógica no Brasil, quase todos os periódicos são classificados como B3, B4 e B5, algo que reflete a produção acadêmica dos pesquisadores dessas subáreas, ou seja, mais produções em periódicos menos qualificados, e uma grande concentração de produções destinadas à um único periódico A2 e aos raros B1 e B2.

Esse cenário é reforçado com as políticas de avaliação da CAPES¹², na qual os pesquisadores precisam acumular pontos para se manter na pós-graduação, mas não podem produzir em periódicos menos qualificados porque há um limite. Sendo assim, são forçados a buscar os raros qualificados, reforçando o entupimento de publicações em um mesmo periódico. Como reflexo, a Revista Movimento, em 2018, publicou uma notificação de limitação de dois artigos por autor a serem publicados por ano, bem como a mesma quantidade a estarem em processo de submissão. Destaca-se que das revistas brasileira a Movimento é a que detém a melhor avaliação (A2) no que se refere às subáreas sociocultural e pedagógica da educação física.

Em um estudo de revisão²⁷ sobre o sistema de avaliação da Aliança Americana de Cinesiologia e Educação Física, observou-se que a produção de um artigo publicado em periódico pode valer de 15% a 20% mais que um livro. Dessa maneira, percebe-se a desvalorização do livro no ambiente internacional, produção essa que caracteriza um do principais meio de divulgação científica das subáreas sociocultural e pedagógica¹.

Ainda de acordo com esses autores¹, a política de avaliação brasileira vem trabalhando na mesma perspectiva internacional, sendo valorizado o número de artigos publicados em periódicos com fator de impacto e desvalorizados aqueles publicados em periódicos nacionais, independentimente de seu valor social ou impacto científico. Esse fato pode ser identificado na ficha de avaliação para mestrado acadêmico e doutorado da CAPES²⁸, a qual institui que a internacionalização é fundamental. Segundo Ferreira e Moreira²⁹, a avaliação da pós-graduação, tendo como referência internacional, teve início em 1998.

Bourdieu⁶, dentro do seu conceito de campo, afirma que invariavelmente existe uma relação entre o microcosmo e o macrocosmo, mas o primeiro dispõe de certa autonomia, que varia entre os campos. Dessa maneira, grande parte das pressões que são tendências na pesquisa em âmbito mundial acaba por forjar um habitus sobre os pesquisadores. As pressões externas podem ser observadas a partir da necessidade de internacionalização do campo de pesquisa da área, sendo a língua inglesa hegemônica. Ressalta-se que os interesses e objetivos decididos dentro de um campo podem influenciar outros. Bourdieu³⁰ assinala que muito do que se pesquisa na ciência, na realidade, é um conjunto de proposições impostas pelos agentes que detêm o poder. Muitas vezes, o conjunto das questões que importam para os pesquisadores reflete interesses daqueles que durante o jogo influenciam os rumos das pesquisas para as áreas que a eles momentaneamente mais importam.

Acredita-se que a redução no número de pesquisadores das subáreas sociocultural e pedagógica no Rio de Janeiro está intimamente ligada às dificuldades de credenciamento e manutenção desses nos programas. O portal de periódicos na Plataforma Sucupira apenas avalia a revista que algum pesquisador vinculado a um programa nela publique. Dessa forma, aparentemente, seria uma possível saída para os pesquisadores socioculturais e pedagógicos, pois quanto maior a diversificação de periódicos, maior também o espaço de divulgação. Contudo, os avaliadores, ou os agentes que dominam o campo, por meio de uma ótica vinculada, exacerbadamente, a biodinâmica reclassificam o periódico em extratos menores do que eles são classificados em suas aéreas. Assim, embora o pesquisador publique em um periódico classificado como A2 em “Educação”, como área de avaliação, na ocasião de sua classificação na área 21, considerando os critérios de aderência, acaba por gerar um artigo com qualis, B2, B3 ou B4 em educação física.

O fato do número de periódicos especializados ser menor no Brasil para a subárea biodinâmica, não é de grande significância, pois devido ao potencial de generalização da produção, os manuscritos, embora produzidos no contexto brasileiro, são publicados no ambiente internacional. Esse fato merece atenção, pois a ficha de avaliação para mestrado acadêmico e doutorado da CAPES²⁸ informa que são realizadas duas análises na produção intelectual, uma quantitativa e outra qualitativa. A quantitativa trata-se do número de artigos que são produzidos, já a qualitativa faz referência aos manuscritos publicados em estratos mais elevados.

No entando, embora a segunda medida seja intitulada “qualitativa”, a mesma parece não ser tão qualitativa assim, já que é orientada por indicadores bibliométricos, pois quando o pesquisador internacionaliza a produção intelectual a possibilidade de citação aumenta, e com ela o Fator de Impacto do periódico em que o manuscrito foi publicado. Sendo assim, segundo o critério de avaliação adotado pela CAPES²⁸, essa seria a produção mais “qualificada”. No entanto, é cabível concordar com a reflexão proposta por Nassi-calò³¹, de que não existe uma relação direta entre citação e qualidade, essa política de avaliação parece estar equivocada.

Contudo, ainda segundo Nassi-calò³¹, os próprios pesquisadores contribuem para esse ciclo vicioso, evidenciado por um estudo³² em que foi investigado, na opinião dos cientistas, se seus estudos mais citados eram seus melhores trabalhos. Como desfecho, dos 123 pesquisadores mais citados das ciências biomédicas que responderam ao questionário, apenas 16% deles indicaram que sua publicação mais relevante está entre os seus 10 trabalhos mais citados.

Conclusões

Ao analisar a formação acadêmica e a problemática da produção científica a partir das possibilidades de publicação no cenário epistemológico da pós-graduação stricto sensu em educação física no Rio de Janeiro, pode-se perceber que os achados coadunam com o pressuposto inicial de que a subárea biodinâmica tem se expandido, no que tange à produção científica e à formação continuada, de maneira que a sociocultural e a pedagógica não estão conseguindo acompanhar.

Dentre os motivos que têm implicado o não acompanhamento das subáreas pedagógica e sociocultural estão o número reduzido de programas de pós-graduação, a ausência de oportunidades de acesso à formação continuada para aqueles que almejam desenvolver dissertações e teses nessas subáreas, desproporcionalidade de pesquisadores vinculados aos programas que implica o aumento da produção científica da biodinâmica, dificuldade de publicação de alto impacto pelo reduzido número de periódicos vinculados a essas subáreas e a desigualdade na política de avaliação da pós-graduação brasileira que não considera as especificidades entre as subáreas.

Portanto, faz-se necessário repensar as formas de credenciamento de pesquisadores, valorização e avaliação, em níveis global e local, de maneira que proporcione um equilíbrio entre as subáreas sociocultural, pedagógica e biodinâmica dentro dos programas de pós-graduação em educação física, consequentemente oferecendo oportunidades iguais de formação continuada e diminuindo a distância entre as subáreas.

Referências

• ¹
  Manoel EJ, Carvalho YM. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educ Pesqui 2011;37(2):389-406. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022011000200012
  » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022011000200012
• ²
  Castro PH. O panorama da produção científica em Educação Física no novo milênio: uma análise a partir de dissertações e teses. [Dissertação de Mestrado em Educação Física]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Educação Física; 2015.
• ³
  Oliveira PA, Castro PHZ, Lüdorf SMA. A produção científica em educação física no novo milênio: o caso do doutorado da USP. XIV Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa; 2012.
• ⁴
  Peluso DL, Silva GM, Baptista GG, Lamassa Junior F, Gomes RS, Lüdorf SA. Pós-graduação em educação física no Rio de Janeiro: retrato de 2001 até 2015. VI Fórum de Pós-Graduação do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - III Fórum de Pesquisadores das Subáreas Sociocultural e Pedagógica da Educação Física - UFRGS. Porto Alegre; 2016.
• ⁵
  Gaya ACA. O Pós-graduação e a formação de professores de educação física no Brasil. Rev Bras Educ Fís Esporte 2017;31:71-75. DOI: https://doi.org/10.11606/1807-55092017000nesp071
  » https://doi.org/https://doi.org/10.11606/1807-55092017000nesp071
• ⁶
  Bourdieu P. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero; 1983.
• ⁷
  Fórum de pesquisadores das subáreas sociocultural e pedagógica. Cenários de um descompasso da pós-graduação em educação física e demandas encaminhadas à CAPES. Vitória; 2015.
• ⁸
  Telles SCC, Lüdorf SMA, Giuseppe E. Pesquisa em educação física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. Rio de Janeiro: Autografia; 2017.
• ⁹
  Triani FS, Telles SCC. Desafios para a pós-graduação em educação física no Rio de Janeiro. In.: Telles SCC, Lüdorf SMA, Giuseppe E, editores. Pesquisa em educação física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 30-34.
• ¹⁰
  Lazzarotti Filho A, Silva AM, Mascarenhas F. Transformações contemporâneas do campo acadêmico-científico da educação física no Brasil: novos habitus, modus operandi e objetivos de disputa. Movimento 2014;20:67-80. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.48280
  » https://doi.org/https://doi.org/10.22456/1982-8918.48280
• ¹¹
  Severino AJ. Metodologia do Trabalho Científico. 23. Ed. São Paulo: Cortez; 2007.
• ¹²
  Brasil. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Qualis 2013-2016. Brasília; 2017.
• ¹³
  Barata RCB. Dez coisas que você precisa saber sobre o Qualis. Rev Bras de Pós-Graduação 2016;13(30):13-40. DOI: http://dx.doi.org/10.21713/2358-2332.2016.v13.947
  » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.21713/2358-2332.2016.v13.947
• ¹⁴
  Quadros HM, Afonso MR. Trajetória da pós-graduação stricto sensu na área de educação física: um estudo de revisão. EFDeportes.com, Revista Digital 2011;16:162.
• ¹⁵
  Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 122/2009. Brasília; 2009.
• ¹⁶
  Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 102/2016. Brasília; 2016.
• ¹⁷
  Escola de educação física e desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EEFD/UFRJ [Internet]. Edital doutorado em Educação Física 2017. [acesso em 17 de nov. 2016]. Disponível em: < http://www.eefd.ufrj.br/files/doutoradoEEFD2017%20par%20publica%C3%A7%C3%A3o%20%281%29.pdf>.
  » http://www.eefd.ufrj.br/files/doutoradoEEFD2017%20par%20publica%C3%A7%C3%A3o%20%281%29.pdf
• ¹⁸
  Escola de educação física e desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EEFD/UFRJ [Internet].. Edital mestrado em Educação Física 2017 [acesso em 17 de nov. 2016]. Disponível em: < http://www.eefd.ufrj.br/files/mestradoEEFD2017%20para%20publica%C3%A7%C3%A3o.pdf>.
  » http://www.eefd.ufrj.br/files/mestradoEEFD2017%20para%20publica%C3%A7%C3%A3o.pdf
• ¹⁹
  Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 344/2015. Brasília; 2015.
• ²⁰
  Programa de pós-graduação em ciências do exercício e do esporte - PPGCEE. Edital de seleção. Curso de Doutorado do PPGCEE. Rio de Janeiro; 2017.
• ²¹
  Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 165/2006. Brasília; 2006.
• ²²
  Programa de pós-graduação stricto sensu em ciências da atividade física. Edital. Exame de seleção. Rio de Janeiro; 2017.
• ²³
  Moreno AC [internet]. Maioria dos diplomas em educação física são da licenciatura, mas procura pelo bacharelado tem crescido mais [acesso em 1 julho de 2017]. Disponível em: < http://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml>.
  » http://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
• ²⁴
  Silva R, Sacardo M, Souza W. Dilemas da política científica da educação física brasileira em tempos de produtivismo acadêmico. Movimento 2014;20(4):1585. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.43145.
  » https://doi.org/https://doi.org/10.22456/1982-8918.43145
• ²⁵
  Bourdieu P. O Poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2005.
• ²⁶
  Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CNE/CES 0138/2002. Brasília; 2002.
• ²⁷
  Thomas J, Reeve G. A review and evaluation of doctoral programs 2000- 2004 by the American Academy of Kinesiology and Physical Education. Quest 2006;58:176-196.
• ²⁸
  Brasil. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Diretoria de Avaliação. Documento de Área: área 21 - Educação Física. Brasília; 2016.
• ²⁹
  Ferreira MM, Moreira RL. CAPES 50 anos: depoimentos ao CPDOC/FGV. Brasília; 2002.
• ³⁰
  Bourdieu P. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense; 2004.
• ³¹
  Nassi-calò L [internet]. A miopia dos indicadores bibliométricos. SciELO em perspectiva [acesso em 8 de jun 2017]. Disponível em: <http://blog.scielo.org/blog/2017/06/01/a-miopia-dos-indicadores-bibliometricos/#.WTljOFXyuUm>.
  » http://blog.scielo.org/blog/2017/06/01/a-miopia-dos-indicadores-bibliometricos/#.WTljOFXyuUm
• ³²
  Loannidis J, Boyack KW, Small H, Sorensen AA, Klavans. Bibliometrics: Is your most cited work your best? Nature 2014;514(7524):561-562.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  20 Dez 2019
• Data do Fascículo
  2019

Histórico

• Recebido
  06 Jun 2018
• Revisado
  22 Nov 2018
• Aceito
  10 Jan 2019