RESUMO
As representações sociais que um grupo manifesta sobre um determinado campo pode servir como indício para compreender seu comportamento, porém, como essas representações variam de acordo com o âmbito em que emergem, são necessários estudos em diferentes contextos. Dessa maneira, o objetivo dessa pesquisa foi identificar e discutir as representações sociais que estudantes do curso de bacharelado em educação física associam ao ser profissional de educação física. Participaram 51 (69,87%) alunos, sendo 18 do sexo feminino e 33 do masculino, com média de idade de 25,52 anos ± 4,7, do primeiro ao oitavo período, dos turnos matutino e vespertino de uma instituição privada localizada na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados desvelaram que saúde, formação, valores profissionais e atividade física são as associações que compõem, possivelmente, o núcleo central das representações sociais destes acadêmicos. O estudo concluiu que o grupo possui representações sociais sobre o ser profissional de educação física que desconsidera a dimensão humanística da área, evidenciando um olhar hegemônico para a dimensão biológica da área.
Palavras-chave:
Psicologia social; Ciências do esporte; Formação de professores
ABSTRACT
The social representations that a group manifests about a particular field may serve as a clue to understanding its behavior, but as these representations vary according to the scope in which they emerge, studies are needed in different contexts. Thus, the purpose of this research was to identify and discuss the social representations that baccalaureate students in physical education associate with being a physical education professional. A total of 51 (69,87%) students participated, 18 females and 33 males, with a mean age of 25,52 years ± 4,7 from the first to the eighth period, the morning and afternoon shifts of a private institution located in the West Zone of the city of Rio de Janeiro. The results revealed that health, training, professional values and physical activity are the associations that make up, possibly, the central nucleus of the social representations of these academics. The study concluded that the group has social representations about the professional being of physical education that disregards the humanistic dimension of the area, evidencing a hegemonic view of the biological dimension of the area.
Keywords:
Social pshychology; Sport sciences; Teachers graduation
Introdução
No Brasil a Educação Física é ofertada em duas modalidades, licenciatura, na qual o profissional é habilitado a atuar no âmbito escolar e, bacharelado, que visa formar um profissional para atuar nas academias, projetos sociais, clubes, entre outros. Dessa maneira, é possível exemplificar o campo de atuação da educação física no bacharelado de acordo com o Estatuto do Conselho Federal de Educação Física1 em seu artigo 9º, que é apontado o campo de atuação que cabe ao formado em bacharel em educação física, sendo considerado um especialista em atividade física e apto para exercer atuação no esporte, ginástica, lutas, danças, musculação, jogos, atividade laboral, sendo de sua competência a prestação de serviço no desenvolvimento da saúde e educação.
Neste contexto, o profissional que tem o bacharelado em educação física como formação inicial tem habilitação para atuação em todo o campo esportivo fora do ambiente escolar, bem como na área do exercício e da atividade física11 Conselho Federal de Educação Física [Internet]. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física [acesso em 24 out 2017]. Disponível em: http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471.
http://www.confef.org.br/confef/conteudo...
. No entanto, embora essa formação tenha como objetivo a formação do profissional pautada no rigor científico, a fim de garantir uma formação técnica e biológica, a formação humana também deve estar presente11 Conselho Federal de Educação Física [Internet]. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física [acesso em 24 out 2017]. Disponível em: http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471.
http://www.confef.org.br/confef/conteudo...
.
Tradicionalmente, a escolha do curso de educação física acontece, em muitos casos, pelo afeto para com as atividades esportivas e físicas22 Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes 2008;13(123):1., sendo o gosto pelo esporte um dos principais motivos para a escolha do curso de educação física33 Razeira MB, Tavares FJ, Pereira FM, Ribeiro JA, Machado CR. Os motivos que levam à escolha do curso de licenciatura em educação física e as pretensas áreas de atuação. Rev Mack Educ Fís Esp 2014;13(2):124-136. Nessa perspectiva, Triani e outros44 Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
, ao realizar uma investigação com estudantes de licenciatura e bacharelado em educação física, identificaram como um de seus resultados que 63% dos alunos que participaram da pesquisa escolheram o curso por gostar da área de educação física e do esporte.
Recentemente, um estudo acerca da concepção sobre a educação física5 realizado com a participação de 20 acadêmicos de licenciatura, demonstrou que todos responderam que educação física é esporte. Ainda, quando questionado se eles gostariam de seguir a carreira docente, a metade respondeu que sim. Esses achados demonstram uma valorização pela prática esportiva e desvalorização pela profissão docente.
No contexto da licenciatura, as representações sociais de estudantes em formação sobre o curso foram analisadas5 e desvelou-se que ser educador, gostar de esportes e ensinar são associações muito frequentes ao professor de educação física. No entanto, Triani e outros44 Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
evidenciaram que embora os estudantes afirmem que ter conhecimento é uma característica dos professores de educação física, nenhum dos estudantes soube atribuir significado ao que vem a ser um profissional com conhecimento. Nesse sentido, esses estudos vêm mostrando uma perspectiva romântica da educação física, na qual os estudantes gostam da educação física e do esporte, mas atribuem pouca seriedade na intervenção enquanto profissional da área.
Nota-se que a Educação Física, como área, há tempos tem utilizado a Teoria das Representações Sociais66 Moscovici S. A Psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis:Vozes; 2012., como referencial teórico e metodológico no desenvolvimento de pesquisas. A contribuição dessa teoria tem permitido compreender como os grupos sociais se comportam diante de objetos representacionais77 Triani FS, Magalhães Júnior CAO. O estado do conhecimento sobre a produção científica brasileira face à teoria das representações sociais. In: Yaegashi SFR, Oliveira Júnior IB, Santos AR, editores. Psicologia e Educação: interfaces com as representações sociais. Curitiba:CRV; 2017, p. 61-70..
Embora tenha desenvolvido a Teoria das Representações Sociais em sua tese de doutorado, a publicação mais expressiva da teoria surge somente em 1976, com uma parte de sua tese. De acordo com o autor66 Moscovici S. A Psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis:Vozes; 2012., a teoria opera em nível individual, de maneira psicológica, e social, de modo sociológico, permitindo uma análise psicossocial dos fenômenos da vida cotidiana.
A contribuição da teoria está, principalmente, na identificação das representações sociais que os grupos sociais apresentam sobre determinados objetos88 Carmo T, Leite JC, Magalhães Júnior CAO. Aspectos Metodológicos em Representações Sociais: um olhar para as pesquisas no contexto educacional. In: Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C, editores. Representações Sociais e Educação: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 7-112.. Essa identificação é importante, pois, de acordo com Jodelet99 Jodelet D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed Uerj; 2001., os comportamentos sociais no/e sobre os objetos representacionais são orientados pelas representações sociais que se tem sobre ele. Dessa maneira, conhecer as representações sociais que os agentes da educação física possuem sobre a área permite compreender o motivo da escolha de suas decisões bem como seus comportamentos psicossociais.
No estudo dessa teoria, uma das formas de investigação é a abordagem estrutural das representações sociais1010 Abric JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira DC, editores. Estudos Interdisciplinares de representação social. Goiânia: Ed. AB; 1998, p. 27-38.. Nela, propõe-se que os grupos possuem representações sociais que compõem um núcleo central e outras que constituem um sistema periférico. Sendo assim, o núcleo central faz referência àquelas representações sociais mais frequentes e expressivas dentro de um grupo, consideradas mais difíceis de sofrer transformações e, o sistema periférico corresponde às representações mais dinâmicas dentro do grupo, àquelas que se criam e se esvaem. Então, é na identificação do núcleo central das representações sociais de um grupo que as pesquisas utilizando a abordagem estrutural se atentam.
O propositor da teoria66 Moscovici S. A Psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis:Vozes; 2012. ao apresenta-la, assinala que o conhecimento está presente no senso comum e no âmago científico. O conhecimento do senso comum, para o autor, trata-se das representações sociais que um determinado grupo formula sobre um objeto e, o conhecimento científico é aquele elaborado e publicado por especialistas da ciência. Dessa forma, as pesquisas em representações sociais, de acordo com Jodelet99 Jodelet D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed Uerj; 2001., devem buscar fazer um contraponto entre as representações sociais presentes no universo consensual com os conhecimentos do universo reificado, isto é, aproximar o conhecimento do senso comum com o do científico.
No contexto da Educação Física, os estudos recentes44 Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
,1111 Krug HN, Conceição VJ, Telles C, Krug RR, Flores PP, Krug MR. O curso de licenciatura em educação física nas representações sociais de estudantes em formação. Deb Edu 2017;9(17):129-153.,1212 Pereira GMS, Mazzotti TB. Representações sociais de Educação Física por alunos trabalhadores do ensino noturno. Motr 2008;14(1):53-62. vêm contribuindo no desvelar de representações sociais sobre a educação física no contexto da formação de professores. No entanto, a maioria dessas investigações sobre representações sociais da educação física ainda são desenvolvidas com estudantes de licenciatura, apresentando assim a necessidade de investigar esse objeto de pesquisa com estudantes de bacharelado, uma vez que, embora de maneira informal, também se trata de um curso de formação de professores. Portanto, utilizando como referencial teórico-metodológico a Teoria das Representações Sociais, essa investigação teve como objetivo identificar e discutir as representações sociais que estudantes do curso de bacharelado em educação física associam ao ser profissional de educação física.
Métodos
Delineamento
Trata-se de um estudo transversal com abordagem qualitativa, tendo a investigação de campo como procedimento técnico que, conforme Severino1313 Severino AJ. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez; 2007. é aquela que aborda o objeto em seu ambiente próprio e a coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem.
Participantes
Participaram do estudo, enquanto sujeitos, 51 alunos (69,87%), de um total de 137, sendo 18 do sexo feminino e 33 do masculino, com média de idade de 25,52 anos ± 4,7, do curso de bacharelado em educação física, do primeiro ao oitavo período, dos turnos matutino e vespertino de uma instituição privada localizada na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Essa instituição, embora esteja localizada em uma das regiões de maior poder socioeconômico da cidade, seu valor de mensalidade é abaixo do padrão da região, fato que implica na maioria dos estudantes serem moradores de comunidades do entorno, como Rocinha e Cidade de Deus. A coleta foi realizada no primeiro semestre do ano de 2017. Cabe assinalar que a escolha da instituição foi pelo fato do primeiro autor deste trabalho também ser o professor do curso.
Procedimentos
A coleta de dados ocorreu por meio do Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), ou também denominado de Evocação Livre de Palavras (ELP) ou Associação Livre (AL)88 Carmo T, Leite JC, Magalhães Júnior CAO. Aspectos Metodológicos em Representações Sociais: um olhar para as pesquisas no contexto educacional. In: Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C, editores. Representações Sociais e Educação: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 7-112., no qual os alunos escreveram as cinco primeiras palavras que lhes vieram à mente a partir da expressão indutora “profissional de educação física” e, logo após, as classificaram de acordo com o grau de importância, atribuindo o número um para a mais importante, até cinco para a menos importante44 Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
. Cabe ressaltar que o TALP é um dos instrumentos mais utilizados em estudos e pesquisas que adotam como referencial teórico e metodológico a Teoria das Representações Sociais de abordagem estrutural77 Triani FS, Magalhães Júnior CAO. O estado do conhecimento sobre a produção científica brasileira face à teoria das representações sociais. In: Yaegashi SFR, Oliveira Júnior IB, Santos AR, editores. Psicologia e Educação: interfaces com as representações sociais. Curitiba:CRV; 2017, p. 61-70..
A análise das palavras foi realizada identificando os elementos centrais e periféricos das representações como sugerido por Sá1414 Sá CP. Representações sociais: teoria e pesquisa do núcleo central. Temas em Psicologia 1996;3:19-33.,1515 Sá CP. O estudo das representações sociais no Brasil. Revista de Ciências Humanas 2000; Especial:11-32.. Utilizando das fórmulas para determinação da Ordem Média de Evocação (OME), média da OME e frequência média das evocações1616 Magalhães Júnior CAO, Tomanik EA. Representações sociais e direcionamento para a educação ambiental na Reserva Biológica das Perobas, Paraná. Invest Ens Ciênc 2012;17(1):227-248.,1717 Galvão CB, Magalhães Júnior CAO. A relação entre as Representações Sociais de professores sobre Educação Ambiental e os projetos relacionados à Conferência Nacional Infanto juvenil pelo Meio Ambiente. Rev Eletr Mest Edu Amb 2016;33(2):124-141., identificamos os elementos centrais e periféricos. A seguir, as palavras foram organizadas em um quadro com quatro quadrantes: no primeiro quadrante encontram-se os elementos pertencentes ao núcleo central; quarto quadrante localizam-se os elementos periféricos e; nos segundo e terceiro quadrantes estariam os elementos intermediários.
Aspectos éticos
Todos os alunos participaram como voluntários e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo respeitados os critérios éticos e legais em pesquisas envolvendo seres humanos de acordo com a Lei 466 de 2012. Cabe ressaltar que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa: CAAE de 41355114.3.0000.5283.
Resultados
O registro foi de 243 palavras evocadas, pois dos 51 participantes 43 responderam cinco palavras, quatro escreveram quatro palavras e os quatro demais escreveram somente três. De acordo com Teixeira e outros1818 Teixeira MCTV, Balão SMS, Settembre FM. Saliência de conteúdos de representação social sobre o envelhecimento: análise comparativa entre duas técnicas associativas. Rev Enf 2008;16(4):518-524., quando as palavras têm frequência igual a um, sugere-se que sejam descartadas por não apresentarem representatividade frente ao grupo. No entanto, como não houve palavras descartadas, as 243 palavras foram analisadas. Logo após as palavras foram agrupadas em grupos semânticos, formando oito grupos. A média das ordens médias de evocação (OME) foi de 2,99 e a média de frequência (F) foi de vinte e sete. O Quadro um apresenta os quatro quadrantes com os possíveis grupos que compõem as representações sociais desse grupo na ocasião da coleta.
Discussão
Com relação a análise dos dados obtidos no primeiro quadrante, considerado o núcleo das representações1616 Magalhães Júnior CAO, Tomanik EA. Representações sociais e direcionamento para a educação ambiental na Reserva Biológica das Perobas, Paraná. Invest Ens Ciênc 2012;17(1):227-248., há de se perceber que os estudantes associam saúde, formação, valores profissionais e atividade física ao profissional de educação física.
Inicialmente, saúde se apresenta como um dos elementos mais expressivos no núcleo central das representações sociais. No estudo realizado por Krug e outros1111 Krug HN, Conceição VJ, Telles C, Krug RR, Flores PP, Krug MR. O curso de licenciatura em educação física nas representações sociais de estudantes em formação. Deb Edu 2017;9(17):129-153., o elemento saúde foi um dos elementos apontados como um indicativo de promoção da saúde, além de ter uma representatividade pelos acadêmicos de licenciatura em educação física.
Já em outros estudos, esta palavra ganha destaque como na pesquisa realizada por Toledo e outros1919 Toledo ÁS, Oliveira RJ, Assumpção LOT, Cunha GG. Representações sociais do profissional de educação física construída por profissionais da saúde. EFDeportes 2006;11(95):1-9., os quais identificaram as representações sociais do profissional de educação física construídas por outros profissionais da saúde, procurando conhecer as concepções e as práticas inferidas a partir delas. A amostra desses autores constituiu-se de noventa sujeitos, dos sexos masculino e feminino, com idade média de 35,81±8,07 anos, ocasião em que identificaram os elementos saúde, condicionamento físico, academia e esporte como sendo, provavelmente, centrais. Já os elementos como personal training, qualidade de vida, atividade física, professor de educação física, professor, exercício físico e ginástica foram, provavelmente, periféricos.
Comparando os dois estudos, percebe-se que quando há uma relação a algo vinculado ao profissional de educação física, algumas palavras ganham destaque como é o caso de saúde. Por ser um profissional responsável pela saúde individual e coletiva, muitos estudantes relacionam a educação física com a qualidade de vida, saúde e atividade física.
Em um estudo1212 Pereira GMS, Mazzotti TB. Representações sociais de Educação Física por alunos trabalhadores do ensino noturno. Motr 2008;14(1):53-62. anterior, cuja investigação buscou conhecer as representações sociais sobre a educação física sustentada por quarenta e quatro alunos da educação de jovens e adultos, a análise do estudo apontou que os estudantes associaram a educação física ao esporte, diversão e saúde.
Como visto, mais uma vez a saúde vem como destaque nos estudos, pois muitos relacionam este termo com os benefícios de quem realiza atividade física regularmente, trata-se, portanto, de um consenso que circula no senso comum. No entanto, embora a prática regular de atividade física seja eficaz na prevenção de algumas doenças e na construção de hábitos saudáveis2020 Carmo N, Gringer C, Neto JBS, França JC, Victorino R, Pereira CCDA. A importância da educação física escolar sobre aspectos de saúde: sedentarismo. Rev Educare 2013;1(1):21-29., a atividade física não é sinônimo de saúde, pois a mesma pode ser definida como a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra, sendo resultado das maneiras de organização social da produção2121 Correa Neto VG, Palma A. Atividade física e saúde: repensando o paradigma hegemônico. In.: Triani FS, Oliveira PSP. Esporte, Educação Física e Sociedade. Rio de Janeiro: Autografia; 2016, p. 145-158..
Contudo, embora a associação entre atividade física e saúde como sinônimos seja uma representação social, há uma possível aproximação entre esses conceitos, quando se trata do profissional de educação física, pois coaduna com Brasil2222 Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n.º 07, de 31 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf
http: http://portal.mec.gov.br/cne/arqui...
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de educação física, a qual afirma que esse profissional é considerado um dos especialistas da saúde e, em seu artigo terceiro, a educação física é uma área de conhecimento e de intervenção que tem como objeto de estudo o movimento humano, promoção e proteção à saúde.
Em se tratando da “Formação”, desde 1998 quando é regulamentada a profissão, há necessidade de um curso de formação de licenciatura ou bacharelado. Antes, a Resolução CFE 2/87, segundo Brasil2323 Brasil [Internet]. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CFE n° 03, de 16 de junho de 1987. Fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura) [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http://crefrs.org.br/legislacao/pdf/resol_cfe_3_1987.pdf
http://crefrs.org.br/legislacao/pdf/reso...
,estabelecia que o profissional de educação física ao final de quatro anos teria nível superior e o título de bacharel e/ou licenciatura. No entanto, houve mudança na legislação, ocasião em que o Parecer CNE 9/2001 anulou o contido na resolução anterior no que se tratava da possibilidade de obtenção de diploma com bacharelado e licenciatura de forma simultânea. Assim, de acordo com Brasil2424 Brasil [Internet]. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução nº 4, de 6 de abril de 2009 [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf.
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rce...
, com a Resolução CNE/CES Nº 4/2009, em seu artigo primeiro e segundo, as cargas horárias mínimas para os cursos de graduação, no nível de bacharelado, são de 3200 horas, sendo quatro anos o limite mínimo de integralização. Portanto, é possível perceber que “formação” é um grupo semântico pertinente quando associado ao ser profissional de educação física, pois a profissão exige formação específica.
Embora “Formação” e “Valores Profissionais” sejam grupos semânticos separados, ambos, estão intimamente relacionados, pois o profissional formado assume para si valores da profissão, além de possuir responsabilidade e deveres, tais como: elaborar o programa de atividades do beneficiário em função de suas condições gerais de saúde, oferecer a seu beneficiário, de preferência por escrito, uma orientação segura sobre a execução das atividades e dos exercícios recomendados, manter-se atualizado quanto aos conhecimentos técnicos, científicos e culturais, entre outros que podem ser encontrados no código de ética do profissional de educação física11 Conselho Federal de Educação Física [Internet]. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física [acesso em 24 out 2017]. Disponível em: http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471.
http://www.confef.org.br/confef/conteudo...
.
A “Atividade Física” também se apresenta como uma associação coerente e está presente no universo reificado, pois considerando o Estatuto do Conselho Federal de Educação Física11 Conselho Federal de Educação Física [Internet]. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física [acesso em 24 out 2017]. Disponível em: http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471.
http://www.confef.org.br/confef/conteudo...
, segundo o artigo oitavo e nono, o profissional de educação física é um especialista em atividade física, que compete ainda a ele supervisionar, ensinar, avaliar, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, elaborar informes técnicos, científicos, entre outros.
Já os grupos semânticos “Conhecimento” e “Valores Sociais” presentes nos elementos intermediários, como apresentado no segundo e terceiro quadrantes do Quadro um, são questionáveis, considerando o que o grupo de estudantes entende como “Conhecimento”?
Nessa perspectiva, recentemente Triani e outros44 Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
, ao buscar conhecer as representações sociais sobre a formação de professores, identificaram que a maioria dos alunos não soube atribuir sentido à formação de professores, no entanto apresentaram, como consenso, que o conhecimento é muito importante na formação, porém, mais da metade desses estudantes não souberam explicar o que seria ter conhecimento. No que se refere ao grupo semântico “Valores Sociais”, Andrioni2525 Andrioni LM [Internet]. Construindo valores sociais e educacionais: relato de uma experiencia no programa esporte e emancipação [acesso em 28 nov 2017]. Disponível em: https://www.unochapeco.edu.br/static/files/trabalhos-anais/Extens%C3%A3o/Educa%C3%A7%C3%A3o/Leandro%20Mendes%20Andrioni.pdf.
https://www.unochapeco.edu.br/static/fil...
afirma que é preciso pautar a educação em ética, respeito, inclusão e cidadania, além de haver a preocupação com a formação do sujeito. Ressalta- se que os valores sociais constituem de regras que são estabelecidas dentro da sociedade com intuito de haver uma convivência de modo harmonioso.
Por fim, como elementos periféricos das representações sociais são apresentados “Sentimento” e “Recuperação”, localizados no quarto quadrante. No artigo de Freire26:18 o autor resume a definição da palavra sentimento como: “um processo cognitivo sobre as sensações subjetivas dos estados corporais (emoções) eliciados por agentes externos ou internos à pessoa, que pode vir a ser cultivado, ou não, por ela”. Assim, o sentimento é um estado que está relacionado à afetividade, que a pessoa por meio de um acontecimento, por exemplo, pode ficar triste ou feliz. Já “Recuperação” é uma associação ainda questionável, pois trata-se de uma intervenção própria da área de Fisioterapia, embora essa discussão ainda seja presente no campo profissional dessas áreas2727 Mesquita C [Internet]. Fisioterapia x educação física. Qual o limite de atuação de cada um? Optimize-se; 2012. [Acesso em 30 mar 2018]. Disponível em: http://optimizese.blogspot.com.br/2012/02/fisioterapia-x-educacao-fisica-qual-o.html.
http://optimizese.blogspot.com.br/2012/0...
.
De acordo com Abric1010 Abric JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira DC, editores. Estudos Interdisciplinares de representação social. Goiânia: Ed. AB; 1998, p. 27-38., os elementos presentes no núcleo central das representações sociais de um grupo são os mais significativos. Dessa forma, com base nesse fundamento teórico que as discussões foram concentradas. Então, como foi possível perceber, no âmago do núcleo central, todas associações presentes são possíveis, ao se tratar do profissional de Educação Física, fato que implicaria afirmar que o grupo estudado não apresenta representações sociais sobre o profissional de educação física, mas conhecimentos que coadunam com o universo reificado.
Contudo, ao realizar uma análise um pouco mais profunda e densa sobre esses elementos, há de se perceber a “falta” de associações indispensáveis para com o profissional de educação física. Dessa forma, embora “Saúde” e “Atividade Física” não sejam associações equivocadas, percebe-se que as evocações apresentadas pelos estudantes estão intimamente relacionadas aos aspectos biológicos da formação do profissional, isto é, da formação técnica e instrumental, apresentando ausência de evocações associadas à formação humana, resultado evidente na ausência da composição de grupos semânticos vinculados à essa dimensão da formação de professores. Essa discussão é plausível, considerando que nas diretrizes de formação desse profissional2222 Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n.º 07, de 31 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf
http: http://portal.mec.gov.br/cne/arqui...
, logo no artigo quarto consta que a formação deverá ser generalista, humanista e crítica, qualificando o graduando para a intervenção profissional, tendo o rigor científico como fundamento, bem como a reflexão filosófica.
O artigo sétimo também ressalta que a formação desse profissional precisa ser ampliada, pois além de pautar-se no conhecimento biológico e na produção do conhecimento técnico e científico, há necessidade de abranger as relações entre ser humano e sociedade2222 Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n.º 07, de 31 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf
http: http://portal.mec.gov.br/cne/arqui...
.
Essa falta de humanização na educação física parecer ser um tema presente no contexto contemporâneo da área. Lazzarotti Filho e outros2828 Lazzarotti Filho ARI, Silva AM, Mascarenhas F. Transformações contemporâneas do campo acadêmico-científico da educação física no Brasil: novos habitus, modus operandi e objetos de disputa. Movimento 2014;20(1):67-80. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.48280
https://doi.org/https://doi.org/10.22456...
descrevem que no início do século XXI, quando a área cria novos objetos de investigação, há uma ampliação do campo científico que impulsiona as produções da área, porém, essas produções são vinculadas principalmente para a dimensão biológica, isto é, mais produção científica e formação biológica e instrumental e menos formação pedagógica e humanística. Como resultado, os autores do estudo afirmam que quanto mais a educação física se desenvolve como área de conhecimento, mais ela se afasta dos debates pedagógicos.
Hallal e Melo2929 Hallal P, Melo VA. Crescendo e enfraquecendo: um olhar sobre os rumos da educação física no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte 2017; 39(3):322-327. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.07.002
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
apontam que o preconceito intelectual entre os agentes da própria área com determinas linhas de pesquisa, não somente, mas teve importância no processo de fragmentação da própria educação física, dividindo-a em subáreas. Dessa maneira, os pesquisadores denunciam que, na pós-graduação, por conta desse preconceito intelectual, cientistas da educação física que dialogam com as ciências humanas e sociais têm migrado para outras áreas, como educação, história, comunicação, resultado do fato dos próprios agentes da educação física valorizar a dimensão biológica do conhecimento em detrimento da humanística.
No contexto da pós-graduação em educação física, Triani e Telles3030 Triani FS, Telles SCC. Desafios para a pós-graduação em educação física no Rio de Janeiro. In.: Telles S CC, Ludorf S, Pereira E, editores. Pesquisa em educação física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 30-34. ao analisar os programas de pós-graduação do Rio de Janeiro, demonstraram que dos três programas existentes somam trinta e oito pesquisadores, sendo que somente onze orientam projetos nas linhas de pesquisa vinculadas às ciências humanas e sociais para ingresso nos cursos de mestrado e, dos vinte e sete que orientam projetos de doutorado, vinte e três são vinculados à dimensão biológica. Portanto, essa fragmentação do entendimento da própria área, que teve início na pós-graduação, parece estar sendo refletido nas representações sociais presente no grupo de estudantes que compuseram esse estudo.
Conclusões
O estudo foi proposto para conhecer as representações sociais que um grupo de estudantes de bacharelado em educação física compartilhava sobre ser profissional de educação física, por considerar que o comportamento social é espelho das representações sociais que os sujeitos do grupo compartilham sobre os objetos situacionais do cotidiano. Dessa forma, compreender as representações sociais que esses sujeitos em formação desvelam é indispensável para compreender seus comportamentos sobre o objeto estudado, bem como propor intervenções que possam servir como pontos de reflexão para possíveis alterações sobre as representações sociais e, consequentemente, no modo de interagir socialmente.
A pesquisa com os estudantes de bacharelado em educação física sobre ser profissional de educação física desvelaram indícios de representações sociais que associam a educação física à sua dimensão biológica isoladamente, desconsiderando a área em sua compleição, isto é, o grupo ilustra a educação física sem considerar as relações sociais e humanas, próprias da profissão que presta serviço para a sociedade.
Logo, o conhecimento desses indícios de representações sociais sobre ser profissional de educação física denuncia a necessidade de formação humanística para o grupo investigado, a fim de que se possa transformar as representações sociais em conhecimentos que considerem as relações entre o ser humano e a sociedade, atividade fundamental do profissional de educação física na assistência à sociedade. Cabe ressaltar a necessidade desse estudo em outras regiões, a fim de conhecer se há reprodutibilidade dessas representações sociais em outros grupos sociais.
Referências
-
1Conselho Federal de Educação Física [Internet]. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física [acesso em 24 out 2017]. Disponível em: http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471
» http://www.confef.org.br/confef/conteudo/471 -
2Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes 2008;13(123):1.
-
3Razeira MB, Tavares FJ, Pereira FM, Ribeiro JA, Machado CR. Os motivos que levam à escolha do curso de licenciatura em educação física e as pretensas áreas de atuação. Rev Mack Educ Fís Esp 2014;13(2):124-136.
-
4Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C. As representações sociais de estudantes de educação física sobre a formação de professores. Movimento 2017;23(2):575-586. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898
» https://doi.org/https://doi.org/10.22456/1982-8918.68898 -
5Krug HN, Krug MR, Telles C, Krug RR. As percepções de acadêmicos ingressantes na licenciatura em educação física sobre si mesmos e a profissão docente. Diálogo 2017;9(36):26-37.
-
6Moscovici S. A Psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis:Vozes; 2012.
-
7Triani FS, Magalhães Júnior CAO. O estado do conhecimento sobre a produção científica brasileira face à teoria das representações sociais. In: Yaegashi SFR, Oliveira Júnior IB, Santos AR, editores. Psicologia e Educação: interfaces com as representações sociais. Curitiba:CRV; 2017, p. 61-70.
-
8Carmo T, Leite JC, Magalhães Júnior CAO. Aspectos Metodológicos em Representações Sociais: um olhar para as pesquisas no contexto educacional. In: Triani FS, Magalhães Júnior CAO, Novikoff C, editores. Representações Sociais e Educação: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 7-112.
-
9Jodelet D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed Uerj; 2001.
-
10Abric JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira DC, editores. Estudos Interdisciplinares de representação social. Goiânia: Ed. AB; 1998, p. 27-38.
-
11Krug HN, Conceição VJ, Telles C, Krug RR, Flores PP, Krug MR. O curso de licenciatura em educação física nas representações sociais de estudantes em formação. Deb Edu 2017;9(17):129-153.
-
12Pereira GMS, Mazzotti TB. Representações sociais de Educação Física por alunos trabalhadores do ensino noturno. Motr 2008;14(1):53-62.
-
13Severino AJ. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez; 2007.
-
14Sá CP. Representações sociais: teoria e pesquisa do núcleo central. Temas em Psicologia 1996;3:19-33.
-
15Sá CP. O estudo das representações sociais no Brasil. Revista de Ciências Humanas 2000; Especial:11-32.
-
16Magalhães Júnior CAO, Tomanik EA. Representações sociais e direcionamento para a educação ambiental na Reserva Biológica das Perobas, Paraná. Invest Ens Ciênc 2012;17(1):227-248.
-
17Galvão CB, Magalhães Júnior CAO. A relação entre as Representações Sociais de professores sobre Educação Ambiental e os projetos relacionados à Conferência Nacional Infanto juvenil pelo Meio Ambiente. Rev Eletr Mest Edu Amb 2016;33(2):124-141.
-
18Teixeira MCTV, Balão SMS, Settembre FM. Saliência de conteúdos de representação social sobre o envelhecimento: análise comparativa entre duas técnicas associativas. Rev Enf 2008;16(4):518-524.
-
19Toledo ÁS, Oliveira RJ, Assumpção LOT, Cunha GG. Representações sociais do profissional de educação física construída por profissionais da saúde. EFDeportes 2006;11(95):1-9.
-
20Carmo N, Gringer C, Neto JBS, França JC, Victorino R, Pereira CCDA. A importância da educação física escolar sobre aspectos de saúde: sedentarismo. Rev Educare 2013;1(1):21-29.
-
21Correa Neto VG, Palma A. Atividade física e saúde: repensando o paradigma hegemônico. In.: Triani FS, Oliveira PSP. Esporte, Educação Física e Sociedade. Rio de Janeiro: Autografia; 2016, p. 145-158.
-
22Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n.º 07, de 31 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf
» http: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf -
23Brasil [Internet]. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CFE n° 03, de 16 de junho de 1987. Fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura) [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http://crefrs.org.br/legislacao/pdf/resol_cfe_3_1987.pdf
» http://crefrs.org.br/legislacao/pdf/resol_cfe_3_1987.pdf -
24Brasil [Internet]. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução nº 4, de 6 de abril de 2009 [acesso em 12 jan 2018]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf
» http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf -
25Andrioni LM [Internet]. Construindo valores sociais e educacionais: relato de uma experiencia no programa esporte e emancipação [acesso em 28 nov 2017]. Disponível em: https://www.unochapeco.edu.br/static/files/trabalhos-anais/Extens%C3%A3o/Educa%C3%A7%C3%A3o/Leandro%20Mendes%20Andrioni.pdf
» https://www.unochapeco.edu.br/static/files/trabalhos-anais/Extens%C3%A3o/Educa%C3%A7%C3%A3o/Leandro%20Mendes%20Andrioni.pdf -
26Freire LA. Dificuldade de Expressão ou Ausência de Sentimento? Uma Análise Teórica. Psic Teor e Pesq 2010;26(1):15-24.
-
27Mesquita C [Internet]. Fisioterapia x educação física. Qual o limite de atuação de cada um? Optimize-se; 2012. [Acesso em 30 mar 2018]. Disponível em: http://optimizese.blogspot.com.br/2012/02/fisioterapia-x-educacao-fisica-qual-o.html
» http://optimizese.blogspot.com.br/2012/02/fisioterapia-x-educacao-fisica-qual-o.html -
28Lazzarotti Filho ARI, Silva AM, Mascarenhas F. Transformações contemporâneas do campo acadêmico-científico da educação física no Brasil: novos habitus, modus operandi e objetos de disputa. Movimento 2014;20(1):67-80. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.48280
» https://doi.org/https://doi.org/10.22456/1982-8918.48280 -
29Hallal P, Melo VA. Crescendo e enfraquecendo: um olhar sobre os rumos da educação física no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte 2017; 39(3):322-327. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.07.002
» https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.07.002 -
30Triani FS, Telles SCC. Desafios para a pós-graduação em educação física no Rio de Janeiro. In.: Telles S CC, Ludorf S, Pereira E, editores. Pesquisa em educação física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. Rio de Janeiro: Autografia; 2017, p. 30-34.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
22 Jul 2019 -
Data do Fascículo
2019
Histórico
-
Recebido
29 Mar 2018 -
Revisado
22 Ago 2018 -
Aceito
30 Set 2018