OBJETIVO: Diante das controvérsias encontradas na literatura, procurou-se verificar a influência do uso de albumina humana exógena sobre o estado nutricional e a evolução de parâmetros clínicos de recém-nascidos em nutrição parenteral total. MÉTODOS: Estudo caso-controle incluindo 30 recém-nascidos gravemente doentes com peso inferior a 2.500 g, divididos em dois grupos: 15 recém-nascidos recebendo nutrição parenteral total sem albumina (grupo controle C) e 15 com albumina humana (grupo A). Foram realizadas dosagens de proteínas totais, albumina, pré-albumina e proteína ligadora do retinol no início (3-4 dias) e no fim do estudo (10-11 dias de idade pós-natal). No sétimo dia de estudo, foi realizado balanço da retenção de nitrogênio. Foram avaliados os seguintes parâmetros clínicos: peso, idade de início da alimentação enteral, tempo para atingir volume enteral pleno, tempo de permanência na unidade de terapia intensiva, tempo total de internação e mortalidade. RESULTADOS: Houve diferença significativa (p < 0,05) nos níveis séricos de albumina e das proteínas totais entre os grupos ao final do estudo. Para os níveis de albumina, o grupo C obteve mediana de 2,95 g/dl (2,71-3,16 g/dl), e o grupo A, mediana de 4,10 g/dl (3,76-4,66 g/dl). Para os níveis de proteínas totais, os grupos obtiveram 4,9 g/dl (4,4-5,2 g/dl) e 5,6 g/dl (5,5-6,3 g/dl), respectivamente, porém sem repercussão sobre nenhum dos demais parâmetros avaliados. CONCLUSÕES: No presente estudo, não foram encontrados indicadores de benefício com o uso de albumina humana na nutrição parenteral total de recém-nascidos gravemente doentes que suportem a recomendação do seu uso, a não ser que o objetivo seja a elevação dos níveis da albuminemia.
Albumina; nutrição parenteral; recém-nascido de baixo peso