Resumo
Objetivos:
Avaliar a acurácia da análise simultânea dos três marcos anatômicos radiográficos - diafragma, silhueta cardíaca e corpos vertebrais - na determinação da posição da extremidade distal do cateter venoso umbilical com a ecocardiografia como padrão de referência.
Métodos:
Estudo transversal, observacional, com inclusão prospectiva de dados de todos os neonatos nascidos em uma maternidade pública de referência, entre abril de 2012 e setembro de 2013, submetidos à inserção de cateter venoso umbilical como parte do atendimento clínico. A posição da extremidade distal do cateter, determinada pela análise simultânea dos três marcos anatômicos radiográficos, foi comparada com a posição anatômica obtida pela ecocardiografia. Sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia foram calculados.
Resultados:
Dos 162 recém-nascidos avaliados por ecocardiografia, somente 44 (27,16%) estavam com o cateter em posição ótima, na porção torácica da veia cava inferior ou na junção da veia cava inferior com o átrio direito. Os cateteres foram localizados no átrio esquerdo e no septo interatrial em 54 (33,33%), no átrio direito em 26 (16,05%), no intra-hepático em 37 (22,84%) e na aorta em um recém-nascido (0,62%). A sensibilidade, especificidade e acurácia da radiografia para detectar cateter na zona-alvo foram de 56%, 71% e 67,28%, respectivamente.
Conclusão:
A radiografia anteroposterior de tórax isolada não é capaz de definir com segurança a posição do cateter venoso umbilical. A ecocardiografia permite a visibilização direta da ponta do cateter em relação às estruturas vasculares e, sempre que possível, deve ser considerada para localização do cateter venoso umbilical.
PALAVRAS-CHAVE
Recém-nascido; Veias umbilicais; Cateterismo venoso central; Radiografia torácica; Ecocardiografia