OBJETIVO: Verificar o impacto da obesidade sobre os componentes da síndrome metabólica e sobre os níveis de adipocitoquinas em crianças pré-púberes. MÉTODOS: Estudo transversal comparando 30 crianças obesas, 31 com sobrepeso e 33 eutróficas, oriundas do ambulatório de pediatria geral de um hospital universitário, quanto às médias de glicose, lipídios séricos, insulina, HOMA-IR (homeostasis model assessment-insulin resistance), relação glicose/insulina, adiponectina e leptina. Compararam-se as frequências de acantose nigricans e das alterações de cintura, pressão arterial, glicose, lipídios séricos e insulina. Avaliou-se a correlação entre escore z de índice de massa corporal (IMC) e adipocitoquinas. RESULTADOS: Houve diferença nas médias dos obesos, quanto a HDL-colesterol e adiponectina, e nas dos eutróficos, quanto a insulina, HOMA-IR, relação glicose/insulina e leptina (p < 0,001). O mesmo ocorreu em relação às frequências dos obesos quanto a acantose nigricans e alteração de cintura e HDL-colesterol (p < 0,005). O escore z de IMC se correlacionou positivamente com leptina (p < 0,001) e negativamente com adiponectina (p = 0,001). Na regressão linear múltipla, esta correlação se manteve apenas para leptina; o HDL-colesterol se correlacionou com adiponectina (p = 0,007) e o HOMA-IR com ambas (p < 0,05). CONCLUSÃO: Os achados comprovam a influência da obesidade sobre os componentes da síndrome metabólica e sobre os níveis de adipocitoquinas já nas crianças pré-púberes e apontam para a importância destas na gênese da doença cardiovascular.
Adiponectina; doenças cardiovasculares; fatores de risco; homeostase; índice de massa corporal; insulina; leptina; resistência à insulina