Resumo
Objetivo:
Descrever e analisar o prognóstico de crianças ao longo do primeiro ano de vida com diagnóstico de hérnia diafragmática congênita admitidas entre 2005 e 2015 na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Método:
Em uma coorte retrospectiva estudamos 129 crianças com diagnóstico de hérnia diafragmática congênita. Foram analisados os fatores prognósticos onde as variáveis de exposição do pré-natal, parto e pós-natais foram associadas ao óbito no primeiro ano de vida. Calculamos a odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC95%) para todas as variáveis estudadas, sendo utilizados os testes de qui-quadrado e o teste T Student.
Resultados:
Foram incluídos no estudo 129 crianças, internados de janeiro/2005 a dezembro/2015. Foram a óbito 79 (61%) pacientes, 50 sobreviveram e 33 tinham outras malformações associadas. Entre os fatores prognósticos foram significativos e aumentaram a chance de óbito a polidrâmnia (p = 0,001), idade gestacional do diagnóstico mais precoce (p = 0,004), anomalias congênitas associadas (OR: 3,013, p = 0,022), pO2 da primeira gasometria (p = 0,000), pCO2 da primeira gasometria (p = 0,000), presença de hipoplasia pulmonar (OR: 3,074, p = 0,000), uso de drogas vasoativas pré-operatórias (OR: 2,881, p = 0,000) e o uso de oxido nítrico (OR:1,739, p = 0,000). A presença de apenas intestinos no conteúdo da hérnia foi um fator protetor (OR: 0,615, p = 0,001).
Conclusão:
A mortalidade no primeiro ano de vida em portadores de hérnia diafragmática congênita, neste estudo, foi de 61% de 2005 a 2015. Entre os fatores prognósticos que demonstraram um efeito significativo, a hipoplasia pulmonar foi o de maior impacto.
PALAVRAS-CHAVE
Hérnias diafragmáticas congênitas; Prognóstico; Anormalidades congênitas; Recém-nascido