Resumo
Objetivo:
A taxa de mortalidade neonatal permanece alta no Brasil. O objetivo do estudo foi avaliar os fatores associados à internação durante o período neonatal.
Métodos:
Estudo transversal feito em dez municípios brasileiros aleatoriamente selecionados. As mães das crianças com menos de seis anos que estavam com a caderneta de informações de saúde da criança foram entrevistadas nas unidades básicas de saúde. Foi realizada a modelagem hierárquica dos fatores sociodemográficos (nível distal), das variáveis maternas (nível intermediário) e das características dos recém-nascidos (nível proximal). As variáveis que apresentaram um valor de p ≤ 0,20 na análise univariada foram incluídas no processo multivariado de modelagem hierárquica com entrada em blocos de acordo com seu nível hierárquico. As variáveis com valor de p ≤ 0,05 foram consideradas estatisticamente significativas.
Resultados:
2022 mães foram incluídas, nos possibilitando identificar 258 (12,8%) casos de internação durante o período neonatal, dos quais 49,7% foram meninos, 8,9% foram prematuros e 8,4% apresentaram baixo peso ao nascer (< 2.500 g). Após a análise por abordagem hierárquica, os fatores associados à internação neonatal (IP [IC de 95%]) incluíram: histórico de prematuridade (2,03 [1,25-3,30], p = 0,004), risco gestacional (2,02 [1,46-2,79], p < 0,001); risco intraparto (3,73 [2,33-5,99], p < 0,001); idade gestacional (32-37 semanas: 13,83 [1,74-110,09], p = 0,01) e (< 32 semanas: 25,03 [3,03-207,12], p = 0,003); baixo peso ao nascer (3,95 [2,56-6,09], p < 0,001) e sexo masculino (1,44 [1,09-1,98], p = 0,01).
Conclusão:
Os fatores associados a histórico materno e neonatal foram associados à internação neonatal.
PALAVRAS-CHAVE
Internação neonatal; Prematuridade; Modelagem hierárquica