OBJETIVO: Avaliar o desenvolvimento cognitivo na idade pré-escolar de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso. MÉTODOS: Uma coorte de prematuros nascidos entre janeiro de 1991 e setembro de 1993, com peso igual ou menor que 1.500 g, egressos de uma unidade de terapia intensiva neonatal pública, foi avaliada na idade pré-escolar pelo teste WPPSI-R, aplicado por psicólogas. Foram excluídas crianças com malformações, síndromes genéticas ou infecção congênita, transferidas de outra instituição, nascidas de parto domiciliar e com condições que impedissem a aplicação do teste. Avaliaram-se crianças pré-escolares de uma escola na mesma cidade, nascidas a termo, para comparação. RESULTADOS: Foram estudados 79/129 crianças, com peso de nascimento médio de 1.219,6 g (±168,9); 44/61 delas (72,1%) estavam na escola. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (estudo e perda). As médias dos escores obtidos pelas crianças do estudo foram: total - 75,6±11,9; executivo - 77±12,9; e verbal - 78,6±11,1. Nas crianças da escola, as médias foram: total - 85,1±13,2; executivo - 85,3±13,8; e verbal - 87,7±13,9. Essa diferença foi significativa tanto para os escores total (p < 0,0001), verbal (p < 0,0001) e executivo (p = 0,002), como para os subtestes do teste WPPSI-R. CONCLUSÃO: As crianças do estudo apresentavam funcionamento intelectual limítrofe no momento da avaliação. Os resultados indicam possível dificuldade escolar, reforçando a necessidade de se prover estimulação adequada à criança, envolvendo a família e a escola.
Cognição; testes psicométricos; prematuros; muito baixo peso ao nascer