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Aconselhamento telefônico para jovens brasileiros usuários de cocaína e/ou crack. Quem são esses usuários? Como citar este artigo: Bisch NK, Moreira TC, Benchaya MC, Pozza DR, Freitas LC, Farias MS, et al. Telephone counseling for young Brazilian cocaine and/or crack users. Who are these users? J Pediatr (Rio J). 2019;95:211-8. , ☆☆ ☆☆ Trabalho vinculado ao "Ligue 132", Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil.

Resumo

Objetivo:

Descrever as características de consumo, comportamentos problemáticos associados ao uso e motivação para cessar o consumo entre adolescentes e jovens usuários de cocaína e/ou crack e comparar essas características.

Métodos:

Realizou-se um estudo transversal, com 2.390 usuários de cocaína/crack (adolescentes: 14 - 19 anos e jovens: 20 - 24 24 anos) sendo 1471 jovens e 919 adolescentes, que ligaram para um serviço de aconselhamento telefônico entre janeiro de 2006 e dezembro de 2013. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas por telefone. Os questionários incluíram informações sociodemográficas; avaliação das características do consumo de cocaína/crack; avaliação dos comportamentos problemáticos e escala de Contemplação Ladder para avaliar os estágios de motivação.

Resultados:

Os participantes relataram uso de cocaína (48,2%), crack e outras formas fumadas (36,7%) e uso associado de ambas as formas (15%). Os jovens faziam maior uso de crack ou crack associado à cocaína (OR = 1,19; IC 95% = 1,05-1,57) e estavam expostos ao uso da droga havia mais de 2 anos (OR = 3,45; IC 95% = 2,84-4,18) quando comparados aos adolescentes. Por outro lado, mostraram-se mais motivados para cessar o consumo.

Conclusão:

Os dados mostraram haver importantes diferenças nas características de consumo, comportamentos problemáticos e motivação para cessar o consumo entre adolescentes e jovens usuários de cocaína e/ou crack. Os jovens apresentaram comportamentos que envolvem maiores prejuízos para a saúde física, mental e aspectos sociais. Esses achados reforçam a importância de ações de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde para aumentar os fatores de proteção entre os adolescentes e reduzir riscos e prejuízos para a vida adulta.

PALAVRAS-CHAVE
Aconselhamento telefônico; Dependência química; Jovens; Adolescentes; Cocaína; Crack

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