Resumo
Objetivo
Determinar a relação entre a dose cumulativa de prednisolona e o crescimento linear em crianças pré-púberes com síndrome nefrótica idiopática.
Método
Estudo transversal conduzido em todas as crianças com síndrome nefrótica idiopática registradas no departamento de nefrologia pediátrica no principal hospital infantil para encaminhamento no sudoeste do Irã. Os critérios de inclusão incluíram idade (meninos < 12 anos; meninas < 10 anos), > 6 meses e a dose cumulativa de prednisolona mínima de 152 mg/kg. Os critérios de exclusão foram indivíduos que entraram na puberdade ou tinham outras doenças que afetam o crescimento linear. Com base na dose cumulativa de prednisolona de ≥ 550 mg/kg (≥ 4 recidivas), as crianças foram divididas em dois grupos. Foram coletados todos os dados relacionados a idade, estatura e peso no início da doença e na última visita, idade óssea e estatura dos pais. Também foram calculadas as variáveis secundárias, inclusive estatura-alvo e estatura adulta prevista. Os dados de estatura foram comparados entre as diferentes taxas de recidivas.
Resultados
Foram inscritas 97 crianças (68% do sexo masculino). Seu escore z de estatura média pós-tratamento foi inferior ao obtido antes do tratamento (−0,584 em comparação com −0,158; p = 0,001). Os indivíduos com maiores doses cumulativas de prednisolona mostraram maior redução no escore z para estatura (p = 0,001). A estatura pós-tratamento também foi preditiva de menor potencial de crescimento em comparação com a estatura-alvo pré-tratamento (p = 0,006); 33 crianças (34,4%) apresentaram ≥ 4 recidivas, entre as quais foram encontradas mais reduções médias no escore z para estatura em comparação com as recidivas menos frequentes (−0,84 em comparação com −0,28; p = 0,04).
Conclusão
Este estudo mostrou o efeito negativo das doses cumulativas de prednisolona sobre o crescimento linear, que foi maior em crianças com ≥ 4 recidivas.
Palavras-chave
Prednisolona; Crescimento linear; Crianças; Síndrome nefrótica