Resumo
Objetivo:
Avaliar o papel do raios X de tórax na identificação de casos de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) causada por agentes bacterianos.
Métodos:
A frequência de infecção por Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis em crianças com PAC não hospitalizadas foi comparada com a presença de confirmação radiológica da pneumonia (n = 249 crianças com pneumonia radiologicamente confirmada e 366 crianças com raios X de tórax normal). Infecção por S. pneumoniae foi diagnosticada com base na resposta sorológica a pelo menos uma dentre oito proteínas pneumocócicas investigadas (aumento ≥ 2 vezes nos níveis de IgG em relação a Ply, CbpA, PspA1 e 2, PhtD, StkP-C e PcsB-N ou aumento≥ 1,5 vez em relação aPcpA). Infecção por H. influenzae e M. catarrhalis foi definida por aumento ≥ 2 vezes nos níveis de IgG específica a antígenos de cada agente.
Resultados:
Crianças com pneumonia radiologicamente confirmada apresentaram maior taxa de infecção pelo pneumococo. Além disso, a presença de infecção pneumocócica foi um fator preditor de pneumonia radiologicamente confirmada, o que aumenta sua chance de detecção em 2,8 vezes (IC 95%: 1,8-4,3). O valor preditivo negativo do raios X normal para a infecção por S. pneumoniae foi 86,3% (IC95%: 82,4%-89,7%). Não houve diferença nas frequências de infecção por H. influenzae e M. catarrhalis entre crianças com PAC com ou sem confirmação radiológica.
Conclusão:
Crianças com diagnóstico clínico de PAC submetidas a um raios X de tórax que apresentam confirmação radiológica têm maior taxa de infecção por S. pneumoniae comparadas com as crianças com raios X normal.
Palavras-chave
Infecção bacteriana; Etiologia; Infecção do trato respiratório inferior; Estudo radiológico; Testes sorológicos