Resumo
Objetivos:
Determinar a prevalência de hipotireoidismo congênito em crianças com TSH em papel filtro (TSH-f) entre 5 e 10 µUI/mL na triagem neonatal.
Métodos:
Estudo retrospectivo que incluiu crianças triadas de 2003 a 2010, com TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL, acompanhadas nos dois primeiros anos de vida quando não houve normalização do TSH sérico. O diagnóstico de hipotireoidismo congênito foi definido como TSH sérico igual ou superior a 10 µUI/mL e início de tratamento com levotiroxina até os dois anos.
Resultados:
Dos 380.741 nascidos vivos triados, 3.713 (1,04%) apresentaram TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL e, desses, 339 (9,13%) tinham hipotireoidismo congênito. Desses, 76,11% dos casos foram diagnosticados nos primeiros três meses de vida e 7,96% entre um e dois anos.
Conclusão:
O estudo mostra que 9,13% das crianças com TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL desenvolveram hipotireoidismo e que em cerca de um quarto delas o diagnóstico só se confirmou após o terceiro mês de vida. Com base nesses achados, sugere-se, para descartar o hipotireoidismo congênito, o uso do ponto de corte de TSH-f de 5 µUI/mL e o acompanhamento em longo prazo dos lactentes cujo TSH sérico não tenha se normalizado.
PALAVRAS-CHAVE
Hipotireoidismo congênito; Triagem neonatal; Lactente; Recém-nascido; Doenças da glândula tireoide