OBJETIVO: Este artigo tem por objetivo relatar a experiência com o uso do sildenafil oral no tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar idiopática grave em classe funcional III e IV, sem resposta à terapia convencional e às provas de reatividade pulmonar. MÉTODO: Trata-se de estudo prospectivo, tipo de série de casos em que seis pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar idiopática foram tratados com sildenafil oral, com doses de 2 a 8 mg/kg/dia, divididas em quatro a seis vezes. Os pacientes foram submetidos a exame clínico, eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia do tórax, cintilografia de perfusão e ventilação pulmonar, estudos da coagulação, pesquisa de esquistossomose, doença do colágeno e de síndrome de imunodeficiência adquirida para afastar causas secundárias de hipertensão pulmonar. Todos os pacientes foram submetidos a cateterismo cardíaco para a realização das provas de reatividade pulmonar com óxido nítrico, O2 a 100% e nifedipina oral e ao teste de caminhada de 6 minutos nos pacientes em condições de realizá-lo. RESULTADOS: Todos eles apresentaram boa resposta, traduzida por melhora de, pelo menos, uma classe funcional, aumento da saturação sistêmica. Cinco pacientes apresentaram diminuição da relação da pressão sistólica pulmonar/pressão sistólica sistêmica e aumento da distância percorrida no teste de caminhada nos que a realizaram. Não foram observados efeitos colaterais em um tempo de seguimento de 4 a 36 meses. Um paciente apresentou morte súbita após a suspensão do medicamento. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o sildenafil possa ser uma droga promissora no tratamento dos pacientes com hipertensão pulmonar idiopática, os quais devem ser conscientizados do risco da suspensão da medicação sem orientação médica.
Hipertensão arterial pulmonar; inibidores da fosfodiesterase