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Eficácia da hipotermia passiva e eventos adversos durante o transporte de recém-nascidos asfixiados de acordo com a gravidade da encefalopatia hipóxico-isquêmica Como citar este artigo: Carreras N, Alsina M, Alarcon A, Arca-Díaz G, Agut T, García-Alix A. Efficacy of passive hypothermia and adverse events during transport of asphyxiated newborns according to the severity of hypoxic-ischemic encephalopathy. J Pediatr (Rio J). 2018;94:251-7.

Resumo

Objetivo

Determinar se a eficácia da hipotermia passiva e eventos adversos durante o transporte estão relacionados à gravidade da encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal.

Métodos

Estudo retrospectivo de 67 neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica (nascidos entre abril de 2009 e dezembro de 2013) transferidos para hipotermia terapêutica e resfriados durante o transporte.

Resultados

Foram transportados 56 recém-nascidos (84%) sem fontes externas de calor e 11 (16%) precisaram de uma fonte externa de calor. A temperatura média na saída foi de 34,4 ± 1,4 °C e o tempo médio de transporte foi de 3,3 ± 2,0 horas. A idade média na chegada foi de 5,6 ± 2,5 horas. A temperatura na chegada ficou entre 33-35 °C em 41 (61%) neonatos, entre 35°-36,5 °C em 15 (22%) e < 33 °C em 11 (16%). Neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica grave apresentaram maior risco de temperatura < 33 °C na internação (RC 4,5; IC de 95% 1,1-19,3). A gravidade da encefalopatia hipóxico-isquêmica e o pH da artéria umbilical foram fatores de risco independentes para uma baixa temperatura na internação (p < 0,05). Eventos adversos durante o transporte, principalmente hipotensão e sangramento do tubo endotraqueal, ocorreram em 14 neonatos (21%), sem diferenças entre neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada ou grave.

Conclusão

O risco de super-resfriamento durante o transporte é maior em recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica grave e naqueles com acidose mais grave no nascimento. Os eventos adversos mais comuns durante o transporte estão relacionados a deterioração fisiológica e sangramento do tubo endotraqueal. Essa observação fornece informações úteis para identificar neonatos asfixiados que exigem maior vigilância clínica durante o transporte.

PALAVRAS-CHAVE
Asfixia no nascimento; Encefalopatia hipóxico-isquêmica; Transporte neonatal; Hipotermia terapêutica; Resfriamento passivo; Termogênese

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